segunda-feira

OIT dá cartão vermelho ao Governo Passos Coelho e Portas e recomenda medidas activas de emprego





No relatório "Enfrentar a crise do emprego em Portugal", publicado nesta segunda-feira, a instituição escreve que esses postos de trabalho criados diminuem a taxa de desemprego em dois pontos percentuais e têm o potencial de fazer aumentar o PIB também em dois pontos percentuais.

Mas para isso, são necessárias medidas de âmbito nacional e europeu.

A União Europeia tem de acelerar a união bancária - mecanismo de supervisão bancária europeia que é um dos requisitos para que a Europa possa recapitalizar, de forma directa, bancos em dificuldades.

Se a união bancária for para a frente, escreve a OIT, as empresas portuguesas vão ver as taxas de juro que pagam pelo crédito bancário cair pelo menos 1,5 pontos percentuais - o que é equivalente a cortar pela metade o spread da taxa de juro relativa à Alemanha. E com crédito mais barato, as empresas vão fazer mais investimento - e criar mais emprego.

Mas Portugal também tem que mudar de política: há que apostar mais, diz a Organização Internacional do Trabalho, em medidas activas de emprego.

Em 2011 Portugal gastava, por cada desempregado, 1200 euros em políticas activas no mercado de trabalho - metade da média europeia. O país deve, escreve a OIT, convergir para 2400 euros por cada pessoa sem trabalho activamente à procura de emprego.

A organização considera que essas medidas devem passar pelos incentivos ao emprego jovem, pelo combate aos falsos recibos verdes, pela aposta na qualificação, pela dinamização do serviço público de emprego, entre muitas outras.

Só em 2014, se estas duas medidas fossem concretizadas, haveria mais 92 mil pessoas com trabalho e a taxa de desemprego cairia 1,7%, com um impacto positivo no PIB de 1,8%.

No final de 2015 o número de novos postos de trabalho ocupados seria de 108 mil. A taxa de desemprego teria caído 2%, e o impacto positivo no crescimento económico subiria para 2,3%.


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