sábado

O modelo de desenvolvimento luso-albanês proposto pelo FMI e apadrinhado por Passos Coelho e Portas

UMA METÁFORA DO PORTUGAL DO XIX GOVERNO CONSTITUCIONAL



O Governo português, na ânsia de escapar ao chumbo do Tribunal Constitucional no que diz respeito às medidas mais sociais previstas no OE-2014 - lá foi adocicando a pílula com o valor mágico do salário dos fp a partir do qual não serão efectuados cortes, esse número é 675€. Provavelmente, não daria para pagar a laca que o dr. Portas gasta em 15 dias para colar o cabelo à testa.

Obedecendo ao comando de salários baixos do FMI, o XIX Governo (in)Constitucional, como é bom aluno, obedeceu cega e piamente. Política de salários baixos essa que contraria as posições do CDS, parceiros sociais e, creio, também do PSD, embora este partido, desde que é presidido pelo estarola de Massamá (o pior líder do partido, segundo o douto Marcelo), nunca pensa nada sério acerca de coisa nenhuma. 

Assim, o que temos como objectivos estratégicos no nosso modelo de desenvolvimento socioeconómico é: salários baixos, desemprego massivo, falência de empresas brutal, aposta nas exportações (que pode intensificar as exportações sem, contudo, criar mais postos de trabalho, basta potenciar o capital-intensivo e introduzir nova tecnologia nas respectivos linhas de produção, comercialização e distribuição) e, claro, emigração económica compulsiva, à razão de 350-500 pessoas por dia. 

Ante este cenário dantesco de destruição económica (que não é reposta pelo inexistente crescimento), aparece-nos o "soldadinho leal", Pires de Lima, ministro da Economia, falar em "milagres", qual versão do "oásis" de Braga de Macedo - conhecido pelo "adiantado mental" - de há 20 anos, em pleno cavaquismo, revelando que esta gente é muito prolixa em metáforas - cuja bota não bate com a perdigota.

Dramático não é concluir isto, que é óbvio e está ao nível de qualquer pessoa com um nível de cultura média; trágico é reconhecermos que a capacidade de conceber e de imaginar (porque a política é, essencialmente, um trabalho da imaginação, ainda que temperado com a razão) o nosso modelo de desenvolvimento social e económico e a dinâmica de crescimento, não possam ir além daquelas medidas regressivas propostas pelo FMI e cegamente interiorizadas pelo XIX Governo (in)Inconstitucional. 

Um dia o FMI acorda e diz que a capital de Portugal é Madrid, porque aí o crescimento já se fez sentir, e os portugueses começam logo todos a falar espanhol. 

É a esta miopia política relativamente ao nosso futuro colectivo que designo de modelo de desenvolvimento luso-albanês proposto pelo FMI e adoptado domesticamente pela dupla maravilha Coelho & Portas. 


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