A demissão de Joseph Stiglitz podia inspirar este governo, Lagard, Barroso e tutti quanti
Na dobra do milénio Joseph Stiglitz, o economista que veio a nobilizar-se, demitiu-se do Banco Mundial e até escreveu um livro onde deu um importante testemunho das políticas neoliberais defendidas pelo BM, OMC e FMI (que ele criticou) - e cujos efeitos foram devastadores em inúmeros países africanos. Percebendo que aquelas políticas neoliberais - oriundas do Consenso de Washington - iriam continuar a empobrecer aqueles países africanos e sul-americanos, por via da desregulação do mercado de trabalho, da liberalização da economia interna daqueles países (essencialmente agrícolas) e expô-las à voracidade da hiper-competitiva economia internacional, com a agravante de pagar juros elevados pelos empréstimos, o economista norte-americano - que estudou as falhas de mercado e de informação - bateu com a porta dando um exemplo de competência e de ética global ao mundo inteiro.
Stiglitiz demitiu-se porque compreendeu que estava certo, e defendia as políticas (gradualistas) certas para o ritmo de desenvolvimento daqueles países, mas as posições ultra-conservadoras (para não dizer reaccionárias) daquelas 3 irmãs-gémeas (FMI, BM e OMC) - que eram vorazes e só pretendiam empobrecer as economias africanas e sul-americanas onde os programas de ajustamento do FMI estavam em curso, esmagaram a lucidez do economista e obrigaram-no a demitir-se. A alternativa era ser demitido.
Cerca de 12 anos após este episódio, que foi de extrema importância para o mundo, convinha evocar a categoria pessoal e intelectual do economista Stiglitz, criticar o FMI por ter políticas deliberadamente extorsionárias relativamente aos países em desenvolvimento e, em terceiro lugar, encontrar nessas razões um motivo extra de inspiração que levasse toda a medíocre elite eurocrática a demitir-se, e estender a experiência ao XIX Governo Constitucional que, de par com a troika, não sabem efectivamente o que estão a fazer à Europa em geral, e a Portugal em particular.
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