quinta-feira

A psicologia da formiga: o moinho circular

No início do séc. XX, os investigadores depararam-se com um fenómeno estranho na selva da Guiana: um exército de formigas movia-se num imenso círculo. O círculo tinha cerca de 40m. de circunferência e cada formiga demorava 2 horas e meia a completar a voltar. As formigas continuaram a dar voltas e voltas durante 2 dias até a maioria delas morrer de exaustão. 

Beebe, o naturalista americano confirmou aquilo que os biólogos designavam de "moinho circular", um fenómeno que se produz quando as formigas se separam acidentalmente da sua colónia. Quando lhe perdem o rasto, obedecem a uma só regra: seguir a formiga da frente. O resultado é a deambulação circular que apenas termina quando algumas formigas quebram a cadeia e levam outras atrás.

Não se sei se este processo encontra paralelo com algumas candidaturas autárquicas, mitigadas de para-quedismo e de migração de autarquias vizinhas, em plena violação da lei dos mandatos autárquicos e da ética política republicana. 

Estamos num tempo em que observar a legalidade já pouco conta, pois actualmente só quem as observa são ainda os normais da política que não vão a lado nenhum, por isso algumas decisões intermédias da justiça, em especial do TC, prefiguram mais um apelo à ilegalidade e irresponsabilidade política do que um regresso ao império da lex.

São também estes maus exemplos que fazem do povo português uma entidade que pretende, sempre que possível, escapar (ou contornar) a legalidade. Seja por mote próprio, seja ainda, como se vê, pelos péssimos exemplos que emanam da sociedade política.  


Etiquetas: