terça-feira

Realidades e percepções. Evocação de Guilherme Shakespeare (ou "Guilherme Abana-a-Pera")


Nota prévia: A propósito do apuramento de responsabilidades relativamente aos contratos de elevado risco, que arruínam o erário público e agravam a carga fiscal aos contribuintes, apetece citar Guilherme Shakespeare e dizer: "é mesmo uma baleia"...

- Neste jogo de espelhos, sombras e de ilusões tecidas com as mais ardilosas palavras e (re)construções semânticas.





Evocação do génio - Guilherme Shakespeare...
.. quem melhor compreendeu a alma (e o comportamento) humanos senão W.S. Foi, em nosso entender, um dos geniais psicólogos do nosso tempo cristão, de todos os tempos, de sempre. Dele guardo algumas lições, uma delas é a de que devemos ser cuidadosos nas ilações e interpretações que fazemos às coisas, aos textos, às condutas alheias - que nem sequer conhecemos. Misturando tudo, esquecendo ou omitindo o essencial. E é isto que importa, não o acessório.
O texto que ora se passa remete para os limites da interpretação que nem sempre observamos na ligação que fazemos ao mundo exterior. Retomemos, pois, a loucura do génio e tiremos as devidas ilações (até) acerca de nós próprios:
Vamos agora ao que mais interessa, à cereja no bolo: 


- Hamlet - Vês aquela nuvem que tem quase a forma de um camelo?
- Polónio - Santo Deus, parece mesmo um camelo!
- Hamlet - Acho que parece uma doninha.
- Polónio - Tem o dorso de uma doninha.
- Hamlet - Ou uma baleia?
- Polónio - É mesmo uma baleia.
(Hamlet, III, 2)
 



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