Obama e o estado de direito. O mundo virado ao avesso
Ver ontem Obama dissertar sobre o estado de direito quando sobre ele, e a sua administração, impendem acusações graves de que sob a acção encoberta das suas agências de intelligence a vida de milhões de pessoas, dentro e fora das fronteiras da América, estão a ser vigiadas, ainda que a pretexto de prevenção de acções contra o terrorismo global, não deixa de ser uma ironia da história que a história real tem de saber gerir e resolver.
Na prática, e considerando esta gritante contradição sempre existente entre a esfera do direito e a esfera da acção política, entre os valores e os princípios e a praxis política, que comporta o elemento violência física organizada (Weber) como forma de resolução de conflitos, a América de Obama, assim como as lideranças precedentes, deparam-se com a dificuldade de harmonizar a constituição de um império universal, com a expansão da economia de mercado, com a balcanização e a destruição das prerrogativas do rule of law dos Estados ocidentais tradicionais que, doravante, a América de Obama diz defender.
A ter fundamento esta equação, ela traduz-se numa perda progressiva de influência e de autoridade desta administração, diante uma economia chinesa e russa a reconquistar posições cada vez mais interessantes à escala da economia global, a mais singular das quais se prende com a observação das normas do DIP - que, alegadamente, a República Imperial de Obama viola despudoradamente. É o mundo virado do avesso.
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