Evocação de Talleyrand. Política pura e aplicada: importância do erro em política
Política pura e aplicada: da modernidade aos nossos dias com
Portugal na linha do horizonte
- Volta e meia regresso a Maquiavel, um mestre, além dum
sujeito sincero e um grande historiador, para sublinhar que se existiu algo de
censurável em César Bórgia, não foi o seu carácter; não foi a sua falta de
escrúpulos, a sua crueldade, as suas traições, a sua capacidade. Para tudo
isso, Maquiavel nunca teve uma palavra crítica. O que nele criticou foi o único
erro grave da sua carreira política: o facto de ter permitido que Júlio II, seu
inimigo declarado, fosse eleito Papa após a morte de Alexandre VI.
- Faço aqui um paralelo, dando um salto histórico, e
pergunto-me qual terá sido o erro colossal dos portugueses nestes últimos dois
anos em matéria de opção socio-eleitoral?!
- Conta-se que Talleyrand, outro grande génio e discípulo de
Nicolau, após a execução do Duque de Enghien por ordem e Napoleão Bonaparte,
teria exclamado:
- “C´est
plus qu´un crime, c´est une faute!”
- Tal significa, que todos os juízos do homem são juízos
políticos e morais. Sendo certo que o que ele julgou mais lamentável, senão
mesmo imperdoável num político – de que ontem os portugueses tiveram mais uma
prova de impreparação, não são os seus crimes (económicos, financeiros,
fiscais, sociais e outros que tais), mas os seus ERROS.
- Portugal, os portugueses no seu conjunto, estão a pagar caro a circunstância de terem votado numa ilusão (neoliberal) que hoje pagam com o osso e o tutano e, por este andar, e perante a impossibilidade de se convocar eleições antecipadas (com a Troika à perna que faz de Portugal um protectorado) irão pagar com a espinal medúla.
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