Tertuliano no Pontal - por Viriato Soromenho Marques -
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Obs: Quando as promessas feitas pelos agentes políticos em contextos eleitorais e comunicadas às sociedades não coincidem com as realizações desses agentes políticos uma vez no Governo, onde podem manipular os botões e a "caixa de velocidades" dos recursos e dos meios necessários à concepção e execução das políticas públicas, estamos diante dum fosso que cada vez mais se inscreve naquilo que pode designar-se "mentira política".
- Esta é sempre uma reinterpretação interessada da "verdade", segundo o actor que a professa na ânsia de legitimar o seu discurso e, mais do que isso, absolver os seus erros diante da opinião pública que o agente político procura, a todo o custo, seduzir com meias verdades. E fá-lo porquanto ele deseja sempre ser reeleito.
- Deste espectáculo decadente - entre a distância do discurso e da acção - resultam estragos sociais elevados, por regra suportados pelos contribuintes. Eis o que ocorre nesta "democracia de cartola relvada" em que a governação se resume, literalmente, à política do imposto, feita por imposteiros que julgam que governar consiste em tributar mais e mais os portugueses, sem que, nesse esbulho institucionalizado o Estado não faça equivalente esforço de racionalização de custos por parte da complexa máquina do Estado, hoje pendurada em passivos de milhões por entre (a)fundações e observatórios (muitos deles desconhecidos).
- Razão tinha (e tem) Maurice Duverger, um sociólogo de sólida formação, com quem sempre se aprende, quando revelava que a história do Estado era a história do imposto. Contudo, se o autor conhecesse de perto a praxis política portuguesa teria uma surpresa desagradável, dado que nunca teria pensado que a sua professia se condensasse tão trágicamente em Portugal como o actual Gov neoliberal tem imposto aos portugueses.
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