sexta-feira

Distúrbio Emocional Extremo: um mar de justificações. O Aviso do Diácono Remédios

Parece que a melhor teoria do Distúrbio Emocional Extremo começa a fazer carreira para tentar justificar e explicar aquilo que se passou na cabeça do autor do crime praticado em N.Y., que não tem bem a beleza de Paris - onde a coisa - a ser praticada - teria um significado mais romântico, mais próximo de nós.
Assim, existe o imenso Atlântico a separar-nos, dificilmente as cinzas demanam o rio Tejo, donde em tempos zarparam as caravelas feitas com a madeira do Pinhal de Leiria com que D.Dinis ajudou a conceber e a planear aquilo que depois foi a gesta dos Descobrimentos. Mas regressemos à vaca fria, no fundo à nossa "paneleirice analítica", a charla do momento, se me permitem.
Entonces, vamos todos admitir por obra e graça do Esprit du Saint de Paris, até porque a comunidade hetero é, de longe, superior à comunidade gay, so far, e não valerá a pena aqui tentar isolar essas variáveis porque elas são feitas automáticamente e de forma (in)consciente, que esse tal distúrbio emocional extremo - que é um estado emocional temporário definido como elevada desordem e perturbação, capaz de causar danos irreparáveis a terceiros, foi um state of mind presente na mente do autor do dito crime de ódio com um forte carga simbólica.
Nestes casos extremos, a manifestação do ódio de querer produzir danos não basta, urge mesmo cometer esses actos diabólicos animados de propósitos maliciosos.
A ter fundamento clínico, como parece ser provável, esta teoria explicativa do comportamento humano em condições verdadeiramente excepcionais pode, eventualmente, colher fundamento na aplicação do direito com vista a um mais favorável enquadramento jurídico do autor do crime que, assim, conhecerá uma pena mais leve que lhe permitirá regressar à vida activa mais cedo.
Naturalmente, haverá um júri que avaliará da plausibilidade deste state of mind, capaz de explicar os actos de agressão que conduziram à morte do soit-disant jornalista cor-de-rosa.
Contudo, o meu receio é que esta teoria emigre para a esfera política, e aí encontre o esteio natural para fazer carreira e inocentar inúmeros criminosos de colarinho branco que desfalcaram instituições bancárias, lavaram dinheiro em lavandarias de luxo, tomaram participação em negócio, compraram obras de arte com depósitos de clientes de par com um sem número de crimes que ainda nem têm codificação penal por serem tão vanguardistas.
Se assim for, veremos os "Oliveiras e Costas" deste Portugal banco-burocrático - multiplicado como cogumelos, a invocar o Distúrbio Emocional Extremo/DEE para, desse modo, se subtraírem às imposições da lei que, por vezes, até contempla a cadeia.
Voilá, o nosso admirável mundo novo que hoje todos vivemos e que nos ajudam, certamente, a esquecer as agruras da inflação com que somos "comidos" por trás, pela frente, pelos lados - desconhecendo já qual das formas será pior para ir para o outro mundo. Pois sempre ouvi dizer que as mortes-lentas são as piores...
Neste caso, os "saca-rolhas" utilizados contra os tugas são, manifestamente, a brutal carga fiscal com que alguém nos prendou. E nem sequer foi necessário ir a N.Y.

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Herman Enciclopedia diácono remédios O aviso

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