quinta-feira

«Pai» da Internet critica redes sociais. Tim Berners-Lee dá um ar da sua graça mas erra no alvo

«Pai» da Internet critica redes sociais, JD
Londres - O britânico Tim Berners-Lee, considerado um dos «pais» da Internet, escreveu um artigo na revista Scientific American, onde critica as redes sociais.
Tim Berner-Lee defende que sites como o Facebook estão a contrariar o princípio de uma Internet aberta ao fomentarem a introdução de informação por parte dos utilizadores, para guardar e reutilizar, que não é partilhada com outros sites.
«As redes sociais estão a tornar-se uma plataforma central, um silo fechado de conteúdos que não nos dá um controlo sobre a nossa informação que está lá», realçou Berner-Lee.
O fundador da Web, classifica empresas como o Facebook ou a Apple como «inimigos da rede». «A estrutura aberta e democrática da rede está a ser ameaçada por forças que tentam alterar o funcionamento das coisas, esperando beneficiar das mudanças», defendeu Berners-Lee.
No artigo, em que assinala os 20 anos da WWW, o «pai» da Internet critica o formato do iTunes, a loja de música da Apple, que em vez de http é itunes, o que impede utilizadores que não usem o programa iTunes de aceder à loja.
Berners-Lee defende que «a Web é também vital para a democracia», «actualmente mais importante para a liberdade de expressão do que qualquer outro meio».
(c) PNN Portuguese News Network
Obs: Tim Berners-Lee parte do pressuposto que os produtores de conteúdos, os blogers, enfim, os utilizadores em geral do rizoma apenas acedem ao FB (e conexos) para postar fotografias tipo Caras, fazer cochichos, mostrar as pernocas e funcionar em circuíto fechado. De facto, há quem faça isso, mas daí não decorre nem informação nem análise útil ao rizoma.
Tamanho erro de avaliação, embora compreenda a frustração de um dos pais da WWW - a quem todos muito devemos. Se em certos casos milhares de utilizadores utilizam as redes sociais por mero lazer, outros fazem-nos como mera extensão de sites de índole social, política e económica que encontram no FB mais um armazém de informação onde acabam por interagir, daí a falácia do argumento aduzido para demonstrar que a rede das redes poderá ser ameaçada pelo FB e outras redes sociais.
Tim, ou melhor, os seus magros argumentos, evoca-me aquele génio que um dia descobriu uma lâmpada e conseguiu acendê-la num túnel muito escuro, mas depois não sabe lidar com aqueles outros geniozinhos que foram descobrindo outras lâmpadas que também vão iluminando outros túneis ao longo da vida.
Além de que Berners-Lee passa um atestado de estupidez aos milhões de utilizadores da Net, porque parte do pressuposto (errado!!) segundo o qual o navegador não tem vontade, não goza de autonomia na sua navegação, e isso também é redutor na sua estreita análise.
Pergunto-me até se esta idiotice pegada consiste nalgum ajuste de contas (intelectual, funcional, comercial ou outro) entre ele e alguns gurús das actuais redes sociais?!
Muitos de nós continuamos a aceder a páginas de informação política, económica, social, ambiental e o mais e, concomitantemente, acedemos também às chamadas redes sociais, e Tim em vez de ver nesta relação uma oportunidade feita de complementaridades e de sinergias, apenas vê perigos e ameaças. Erro crasso. É por isso que a sua análise está errada e padece de miopia intelectual, senão mesmo de algum ressentimento intelectual relativamente aos avanços virtuais realizados nos últimos 20 anos e que Tim, presumo, ainda não soube compreender.
Os factores de risco para a democracia são bem outros, conhecem outras causas, problemas e condicionamentos, sendo abstruso supor, como sugere este geniozinho de há 20 anos, que radicam nas redes sociais.
Ante isto, tenho pena ver Tim munir-se de argumentos tão idiotas para chegar a conclusões ainda mais idiotas.
Se ele se lembrar do que se passou na China em matéria de relação do poder político com a utilização da Net (com o Google), só para lhe dar um exemplo palpável, verá que o que acaba de defender é uma idiotice pegada e nem no Burundi encontrará fundamento.

Etiquetas: