sexta-feira

Jantar e fado para conquistar ONU, cm
No âmbito da candidatura a um lugar no Conselho de Segurança da ONU, Portugal – que concorre contra o Canadá e a Alemanha – organizou, em Nova Iorque, um jantar de gala para cerca de cem embaixadores. Ban Ki-moon, secretário-geral da organização, foi o convidado de honra. A festa teve lugar no dia 14, terça-feira, no luxuoso Metropolitan Club.
A fadista portuguesa Cuca Roseta actuou durante quarenta minutos.
O jantar, que foi antecedido por um brinde com champanhe, teve na ementa vinhos brancos e tintos portugueses para acompanhar uma entrada de lagosta e o prato principal de borrego. De sobremesa houve sorvete de limão e manga.
Segundo Miguel Capucho, empresário da fadista Cuca Roseta, "o evento foi uma operação de charme organizada por Portugal, nomeadamente pelo embaixador da missão junto da ONU, José Filipe Moraes Cabral, para angariar votos na candidatura a um lugar no Conselho de Segurança da organização".
Ao que o Correio da Manhã apurou, a referida operação de charme custou 31 mil euros (310 euros por pessoa), pagos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pelo Turismo de Portugal.
Obs:
Se Portugal não consegue os desejados apoios politico-diplomáticos para a sua causa no âmbito do CS da ONU é dinheiro jogado pela janela; se, ao invés, os objectivos são atingidos devemos elogiar a nova diplomacia da lagosta que sucede assim à velha e ineficaz diplomacia do croquete ao tempo de Gama - e depois - de Barroso e Martins da Cruz quando, porventura, o budget do MNE nas Necessidades andava pelas ruas da amargura.
Doravante, ficamos todos a saber que quando o Portugal-diplomático quiser alcançar determinados resultados no quadro das sua política externa entra em cena um conjunto articulado de variáveis revestidos de peso político: a famosa política da lagosta, do borrego e, claro, do fado... ao som de muitos (e bons) vinhos...
Daqui se infere que, efectivamente, algo está a mudar em Portugal e abroad em matéria de decison-making process...
No fundo, o que se pede a um pequeno país como Portugal senão ser uma grande potência diplomática nos fora internacionais, na linha da sua história e da sua vocação universalista que remonta a quinhentos (e à gesta dos Descobrimentos)!! Confesso que nunca pensei é que esse processo cada vez mais se conduzisse à boleia do vinho, do fado e da lagosta. É capaz de sair caro..., e com resultados incertos. E nada pior do que Portugal ser ridicularizado por causa de um património imaterial de excepção como o Fado e por causa de bons vinhos e de lagosta.
Onde é que já vai a diplomacia do croquete da dupla Barroso e Martins da Cruz!!!

Etiquetas: