quarta-feira

Que alternativas tem a PT se vender a Vivo?

Nota prévia: Talvez não fosse marginal que Bava polisse mais os seus comentários sobre a política da PT relativamente à Telefonica, a quem reclamou a demissão dos seus administradores. Bava pode ser um gestor eficiente, mas as suas declarações "políticas" são, além de um tiro no pé, um reflexo comportamental dos novos vendilhões do templo, que, num dia, pedem a demissão de administradores espanhóis da Telefonica, no outro, congratulam-se com o valor interessante da oferta da Telefonica à participação que a PT tem na Vivo.
Bava, por estas oscilações que são desprestigiantes em termos de imagem pública, deveria ser mais cauteloso e menos impulsivo nas suas declarações, seja por razões ligadas à ética do negócio, seja ainda porque está a lidar com uma empresa 10 vezes maior do que aquela que gere.
TUDO TEM UM PREÇO, EXCEPTO A HONRA... Sem esta regra prudencial Bava dá a impressão que a PT anda ao sabor do vento e só quer é dinheiro, em vez de revelar uma ideia ou estratégia de negócio naquela zona do mundo alternativa ao viveiro da Vivo que tem, em rigor, criado valor à PT e isso, como se sabe, nem sempre se tem traduzido nos preços praticados que a PT em Portugal pratica com os seus clientes.
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É difícil projectar o futuro da Portugal Telecom sem o Brasil.
Económico.
O ING diz numa nota de análise de hoje que "a probabilidade de um acordo melhorou significativamente" e que "a oferta é suficientemente alta para permitir que os investidores institucionais da PT a aceitem e suficientemente baixa para permitir à Telefónica comprar a posição na Vivo a um nível que ainda deixa um significativo potencial de subida".
Os mesmos peritos consideram que a nova oferta de 6,5 mil milhões de euros, que está 14% acima da primeira proposta, "colocou pressão suficiente sobre a PT para convocar uma assembleia-geral, mas poderá ainda ser melhorada, mais tarde, caso a Telefónica se aperceba que a oferta actual poderá não ser aceite pelos accionistas da PT".
Também o banco francês Natixis diz que a hipótese de a PT vender os 50% que detém na Brasilcel "é agora mais provável". A instituição reviu em alta o preço-alvo para o título, de 7,5 para 9,5 euros, melhorando também a recomendação para 'comprar' de 'neutral'.
A ODDO Securities também nota que "a oferta da Telefónica poderia justificar um preço de 9,5 euros por acção, o que levaria os rácios da PT, incluindo a venda da Vivo, para valores próximos da média do sector".
A nova proposta da operadora espanhola é válida até 30 de Junho, prazo que pode prolongar-se visto que o Conselho de Administração decidiu submeter a oferta à apreciação dos accionistas da operadora em assembleia-geral.
Se a PT vender mesmo os 30% que detém na operadora brasileira, que tem sido o principal motor de crescimento da empresa portuguesa, os analistas prevêem que a PT possa voltar a estudar aquisições, nomeadamente no mercado brasileiro, possa reduzir o nível de dívida ou comprar a posição que a Telefónica tem na sua estrutura accionista.
"Prevemos que o ‘management' da PT considere aquisições internacionais bem como ‘cash returns', o que poderá levar o retorno aos accionistas a ser menor", escrevem os peritos do JP Morgan.
Os mesmos peritos notam ainda que a PT deve reduzir a sua alavancagem para 2,5 vezes o EBITDA e comprar de volta a participação da Telefónica na PT (10%), consumindo no total 3,3 mil milhões de euros do encaixe com a venda da Vivo. Já o Deutsche Bank diz que as alternativas que restam à PT se vender a Vivo são menos apelativas.
"A nossa opinião é que as alternativas para os accionistas da PT são menos atractivas após a rejeição da oferta da Telefónica", diz o banco em nota de análise.
Fontes financeiras já avançaram que a PT pode vir a interessar-se numa posição relevante na operadora Oi, mantendo a aposta estratégica de crescer no Brasil.
As acções da Oi, que é a quarta maior operadora no Brasil, dispararam mais de 4% na sexta-feira passada, com as especulações que a PT pode tentar comprá-la. "A Portugal Telecom deverá tentar comprar a operadora conhecida por Oi, caso seja forçada a vender a sua posição na Vivo à espanhola Telefónica", avançou a analista Luciana Leocadio da Ativa Corretora, no Rio de Janeiro, à Bloomberg.
Os títulos da operadora liderada por Zeinal Bava seguiam agora a subir 1,71% para 8,61 euros, depois de terem escaldo mais de 7% no início da sessão, rumo a máximos de Janeiro de 2008.
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