Ninguém acredita em Manuel Alegre. Política à portuguesa
O candidato presidencial afirmou, esta quarta-feira depois da apresentação dos seus mandatários, que Cavaco Silva é também «corresponsável» pela actual situação económica do país, tsf
Obs: O problema de Alegre remete para a essência da política: a CONFIANÇA. Ninguém acredita num candidato que tem uma suspeição de tipo patrioteira contra a Europa, foi o oponente nº. 1. - juntamente com o BE e Louçã - às políticas sociais do PS (por quem hoje é, paradoxal e tristemente, apoiado), não conhece os dossiers nem tem domínio técnico dos problemas económicos e sociais, não tem experiência de governação, é um rosto do passado e entra mal no eleitorado da esquerda moderna, do centro e fica literalmente à porta da sede de apoio da direita. Como activo tem duas notas a seu favor: foi anti-fascista e fundador do PS. Mas é curto para um candidato à PR. O zé povinho pode ter uma baixa cultura política, mas não é parvo e sabe somar 2 + 1... Estou mesmo convencido que, no PS, só mesmo António costa, autarca de Lisboa, acredita nele pagando-lhe o favor pelo apoio à eleição da capital. De resto, o PS profundo e até mesmo Sócrates o apoiaram para diminuir os chamados danos colaterais, que se alargariam se se encetasse agora um processo de identificação de um novo candidato a Belém. Contudo, Sócrates e o PS fazem-no sem qualquer convicção e antecipando uma derrota esmagadora que deixará Cavaco com um sorriso de orelha a orelha. Descodificando: Alegre fez a pirueta para colher o apoio do PS que criticara durante um ano seguido; e este deu a cambalhota por não ter um candidato vencedor ao statu quo de Cavaco, que hoje Alegre co-responsabiliza pela crise. Foi pena que não o tivesse feito em 2009, e o faça em 2010 por mero oportunismo político. A política, de facto, terá de ser algo mais do que este trade-of de vantagens pessoais e de troca de lugares e de captura de pólos de influência completamente alheio aos interesses permanentes do país. Em rigor, Portugal não precisa dum poeta lírico em Belém. As mentiras de promessas que fazem este tipo de pseudo-políticos, instalados na máquina do Estado ou com respaldo partidária, conhecem-se do seguinte jeito: põem-vos a mão no ombro, dão-vos grandes abraços, sorriem, curvam-se até saudar-vos. Tudo isto são indicadores de estarem eles a iludir o zé povinho. Do mesmo modo, esse mesmo povo poderá reconhecer as suas mentiras factuais, graças às desmedidas juras que fazem ao desgraçado povo em várias ocasiões, mudando o seu sentido consoante os seus interesses pessoais. Alegre arrisca-se, como aqui temos vindo a descrever, a afundar o PS e Sócrates com ele, coisa que interessa, sobremaneira, a António Costa que lhe disputará a liderança, pelo menos uma indicação objectiva de que o poeta terá, além do seu, um segundo (ou terceiro!!) voto. Ou seja, uma coisa é certa: A.Costa queria "partir a espinha" ao BE, e agora votará Alegre (com quem andou ao colo em 2009), e que concitará, seguramente, também o voto de Louçã. Alegre, naturalmente, votará em si. Alegre = 3 votos.
Etiquetas: Alegre, Costa e Louçã - juntos por Portugal na política à portuguesa
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