quarta-feira

Cavaco e o efeito Torralta na economia portuguesa

É a partir dos acontecimentos sociais, políticos e económicos da década de 70 do séc. XX que vai ocorrer a mudança no padrão de modernização da economia global, com reflexos directos na pequena e exposta economia portuguesa, passando-se da fórmula colbertiana das economias nacionais protegidas pelas funções tradicionais de regulação dos Estados nacionais, para a fórmula neo-ricardiana das economias e sectores especializados regulados pelos mecanismos e pelos factores de mobilidade inerentes ao decisor oculto que tudo comanda que responde pelo nome de globalização competitiva. Essa transição, desconhecida pela rudimentar teoria económica de Cavaco que recomenda aos tugas a pseudo-fórmula - passe férias cá dentro - como solução para a crise integra o síndrome daquilo que aqui designamos por efeito Torralta em Cavaco, por esse ser também um certo modelo de turismo nacional que já passou de moda, apesar de ter tido o seu élan há 30 anos. Numa altura em que o país vivia também a transição da ditadura, ou melhor a evolução do autoritarismo conservador do velho "Botas" - continuado pela Primavera marcelista de pouca dura, para a democracia pluralista - que apanhou o actual PR no estrangeiro a fazer os seus estudos avançados de economia cuja valia, como se vê, hoje de nada nos serve. Na origem desta crítica radica a inadequação das narrativas fundadoras, que hoje estão desarticuladas com o mapa para a viagem futura da sociedade portuguesa na sua história futura. Desconheço se foi devido a essa inutilidade que o criativo da imagem supra, como tentativa de compensar o visado, lhe dedicou o N.º 22...

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