sexta-feira

Manuel Alegre: há nervosismo e crispação nas últimas intervenções de Cavaco

O candidato presidencial Manuel Alegre afirmou hoje que as mais recentes intervenções públicas do chefe de Estado, Cavaco Silva, demonstram de forma inequívoca “nervosismo” e crispação” com a aproximação das eleições em 2011.
PúblicoHá uma maneira serena de se falar e uma maneira crispada. Acho que [o Presidente da República] falou de uma maneira muito crispada nas comemorações do 10 de Junho”, que deve ser um dia de unidade nacional, declarou Manuel Alegre, numa conferência de imprensa em que apresentou os mandatários distritais da sua candidatura presidencial. [...]
Obs: Houve um tempo em que Manuela Ferreira leite desafiava recorrentemente Sócrates a dançar o tango político com ela, e Sócrates fingia que não a ouvia nem via, desvalorizando-a, não lhe dando importância. Foi assim que Sócrates "secou" a idosa que durante quase dois anos definhou o PSD e quase levou à loucura, dada a sua inépcia, os militantes que a detestavam.
Paralelamente, o ideário pobrezinho, paupérrimo de Alegre é andar com uma caçadeira e com um pau retóricos na mão tentando espicaçar a "raposa" Cavaco que persiste em não lhe passar cartão, e assim o poeta Alegre entra em registo de monólogo, de resto é o que lhe fica bem. Naquele seu discurso redondo, banal, revelando uma gritante ausência de ideias alternativas a Cavaco para presidir aos destinos de Portugal a partir de 2001.
Chega mesmo a ser confrangedor ver Alegre recorrer a truques meramente de estilo para obrigar Cavaco a sair da toca e dar-lhe algum palco, coisa que Cavaco não faz - secando o poeta até à exaustão, tal como Sócrates fez a Ferreira Leite quando esta queria palco por via de interacção com o PM.
Acresce que a imagem de Cavaco é, desde que é conhecida da esfera pública, um ser crispado, quem sabe até para esconder a sua própria insegurança. Mas Alegre acha que acusar Cavaco de "crispado" e de "nervoso" está, por um lado, a ser o médico original que gostaria de ser e, por outro, a revelar o esplendor do seu ideário para Belém caso seja eleito PR. Pobre estratégia. Na forma é pobre, na substância não existe. Nem sequer chega a ser um vácuo poético.
Ora, o país e os portugueses estão carecas de saber que Cavaco sempre foi crispado e, por via disso, descobrem agora que o projecto do poeta para Portugal é andar atrás de cavaco pedindo-lhe que ele entre em interacção consigo. É curto.
Qualquer dia ainda veremos o poeta ajoelhado na Praça do Marquês de Pombal rezando ao leão e reclamando aos deuses para que estes o ajudem a consumar o seu supremo objectivo: obter uma entrevista com Cavaco, a qual sirva de rampa de lançamento para o elevar a Belém, pois até agora o poeta conta com dois apoios contranatura, Louça e António costa, o qual desejou "partir a espinha" ao BE, conforme defendeu num Congresso do PS.
Talvez seja por esta decadência que os portugueses vão em massa surpreender os partidos, as soi-disant elites e apoiar massivamente o tal médico sem fronteiras da AMI que andou pelo mundo apagando fogos e salvando vidas que outros atearam.
Na prática, no momento do voto os portugueses perguntar-se-ão: valerá a pena votar num mau PR (cavaco), num poeta cujo objectivo é interagir com o mau presidente ou, como alternativa, colocar o médico nacional mais cosmopolita no cadeirão de Belém...
A resposta começa a parecer óbvia.

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