José Policarpo - esmaga Cavaco Silva, e com razão
José Policarpo - Só a si o deve
"Para nosso infortúnio, pelo menos para o meu, a morte do escritor e prémio Nobel José Saramago veio trazer a lume mais uma vez as fragilidades e inabilidades politicas do actual presidente da república, prof. Cavaco e Silva.
Não é a primeira vez que o país fica perplexo, não todos, é certo, mas muitos portugueses ficaram, com as tomadas de decisão do PR. Para reavivar a memória colectiva, porque há quem diga que a nossa, em particular, é fraca. A primeira vez, aquando da alteração legislativa do estatutos dos Açores, fez parar o país, está a fazer quase um ano, com aquela enigmática declaração feita aos portugueses. A segunda vez, fora a forma como geriu o silêncio ensurdecedor sobre a alegada vigilância ao palácio de Belém, feita por um órgão do policia criminal a mando do Governo. A última, fora a justificação mirabolante que arranjou para não vetar politicamente a Lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na verdade, não escrevo esta crónica para fazer a defesa dos méritos ou deméritos do Nobel da literatura. O meu conhecimento sobre literatura não me permite fazer nenhum tipo de juízo. Porém, do pouco que li do escritor, gostei. Agora não posso deixar de reconhecer que, o contributo dado pelo José Saramago, à cultura e, em particular à literatura portuguesa, é inestimável e inquestionável. Pelas razões aqui aduzidas, qualquer cidadão constituído de bom senso concluirá que o escritor José Saramago é uma personalidade portuguesa incontornável e devemos estar todos reconhecidos pelo contributo dado por ele na projecção da nossa cultura no mundo inteiro. Por isso, sem tibiezas e eufemismos baratos, o Presidente da República Portuguesa, por força de imperativo constitucional, é o máximo representante da nação. Mais, jurou a constituição aquando da sua posse. Por isso, era seu dever, como presidente da república, ter estado no funeral do Nobel José Saramago. Não esteve. Resta-me perguntar por que é não esteve. Se foram razões pessoais que motivaram a sua ausência, não pode ser chefe de Estado. Se outras houve, ficámos sem as perceber. Temo, por isso, que o actual chefe de Estado irá ser o primeiro a não ser reeleito. Se isso suceder, só a si o deve".
Obs: Este é o mais violento e "fundamentado" ataque ao PR oriundo duma autoridade da igreja católica em Portugal. D. José Policarpo escreveu este artigo para reiterar algumas coisas: 1. Afirmar que gostou da obra de Saramago, poderia tê-lo feito em vida, agora é tarde e cheira a bafio apenas para justificar o seu violentíssimo ataque a Cavaco, daí as aspas; 2. Chamar Cavaco de irresponsável por ter jurado a Constituição e não a cumprir, e não o fazer a igreja de Policarpo chama, na prática, Cavaco de mentiroso, e com razão; 3. Acha que cavaco é politicamente incompetente e, por essa razão, não deve ser reeleito: o casamento gay, o estatuto dos Açores e as falsas escutas do Governo a Belém, protagonizadas pelo amanuense de serviço, Fernando lima, justificam plenamente a derrota que D. José Policarpo defende para Cavaco nas próximas eleições presidenciais. A minha questão dirigida a Sua eminência é, então, votar em quem? Parece que Alegre, o candidato de Louçã e de António costa, apoiantes contranatura, também não é uma alternativa credível. Sobra Fernando Nobre. Ao menos o médico ainda ajuda a salvar vidas, ao invés de Cavaco e de Alegre - que só nos tiram anos de vida.
Etiquetas: casamento gay, D. José Policarpo, escutas, Presidente da República
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