segunda-feira

O consenso do arquitecto

Designo aqui por consenso do arquitecto a tentativa de em matéria de formatação da opinião pública tentar orientar as escolhas das pessoas, encaminhar a sua leitura da realidade construída em alguns pasquins semanários dedicados em fazer oposição política em Portugal, esquecendo-se que, na verdade, o papel dos media não é fazer oposição extra-parlamentar nem incriminar pessoas ou grupos de pessoas, substituindo-se aos tribunais numa clara violação constitucional à separação de poderes. Além da necessidade económica que motiva empresas quase falidas e mui dependentes de capitais angolanos para sobreviver. Isto não é novo, pois já desde os tempos de Nicolau Maquiavel era possível desenvolver a capacidade de dar a volta aos cérebros dos homens. Enganar o povo não é só uma prerrogativa dos Governos - de direita ou de esquerda - é também uma faculdade de alguns media perante algumas pessoas menos ilustradas ou menos preparadas para filtrar as mestelas servidas pela desinformação de fdsemana, ainda por cima obtida por via criminosa e desautorizando integralmente decisões de juízes e dos tribunais. Ou seja, exercer uma verdadeira manipulação das massas, com o controlo das notícias, já estudado por Walter Lippman, tornam muitas vezes ambíguo o uso de adequados artifícios linguísticos que tornam ambíguo aquele tipo de mensagens persuasivas em que assenta o discurso político. Há quem veja neste impulso para a massificação nas civilizações ocidentais uma tendência de populações inteiras para a homogeneidade, através da difusão dos meios de comunicação de massa, de modelos de comunicação de vida urbana, que são em grande medida modelos de consumo, onde a oportunidade comercial e económica está unida à convicção da bondade do sistema político que a permite. São, precisamente, os mesmos meios e as mesmas técnicas que podem servir, mais de modo indirecto e subtil, embora permanente, para activar, pelo contrário, com vigor e explicitamente, as massas, operando uma polarização ou mobilização política cujos efeitos podem ser muitas vezes os de denunciar regimes totalitários ou aspectos conservadores de regimes democráticos, ou ainda, como ocorre actualmente entre nós, tentar destruir a própria democracia pluralista e representativa existente em Portugal.