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Um debate de urgência sobre a gripe A (H1N1) previsto para quinta-feira não conseguiu reunir o consenso da assembleia parlamentar do Conselho Europeu

Um debate de urgência sobre a gripe A (H1N1) previsto para quinta-feira não conseguiu reunir o consenso da assembleia parlamentar do Conselho Europeu, a decorrer em Estrasburgo, e foi adiado.Público
Subordinado ao tema "Falsas pandemias: uma ameaça para a saúde", o debate deveria analisar um relatório que denuncia a actuação dos grandes laboratórios farmacêuticos e uma alegada influência na compra de milhões de vacinas pelos governos de todo o mundo para combater o vírus H1N1.
Um total de 96 parlamentares votou a favor da realização do debate e 82 contra, sendo necessária uma maioria de dois terços para aprovar o projecto de resolução.
Apesar do adiamento do debate, ainda sem nova data, o assunto será analisado terça-feira numa audição pública da Comissão de Assuntos Sociais, Saúde e Família, realizada à margem da assembleia parlamentar do Conselho Europeu.
O relatório em análise é da responsabilidade do presidente da comissão de Saúde, o socialista alemão Wolfgang Wodarg.A 14 de Janeiro, Wodarg apresentou uma moção para investigar a eventual existência de conflito de interesses entre a Organização Mundial de Saúde (OMS) e as farmacêuticas.
O parlamentar alemão declarou na altura que se assistiu "ao maior escândalo médico do século" e acusou a OMS de ter "relações impróprias" com as empresas do sector farmacêutico.
A OMS negou hoje, em comunicado, a existência de um conflito de interesses na gestão da pandemia da gripe A (H1N1), garantindo que o organismo não sofreu "uma influência imprópria" por parte das farmacêuticas.
A gripe A (H1N1) provocou a morte de 14.142 pessoas em todo o mundo desde que surgiu no México em Março/Abril de 2009, indicou o último balanço da OMS, divulgado sexta-feira.
Obs: Começa a ser altamente problemático conhecer os limites da ciência, da política e dos interesses económicos disfarçados (ou não) de falsas pandemias.