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OCDE revê em alta crescimento da economia portuguesa

OCDE revê em alta crescimento da economia portuguesa, TSF
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu, esta quinta-feira, em alta o crescimento da economia portuguesa, apontando agora para uma contracção de 2,8 por cento em 2009 e um crescimento de 0,8 por cento em 2010. Já o desemprego deverá subir para os 10,1 por cento em 1010.
No "Economic Outlook", a organização afirma que foram as exportações que mais contribuíram para retirar a economia portuguesa da recessão, o que aconteceu no segundo trimestre deste ano, apesar da recuperação também notada no consumo.
A OCDE aponta para um crescimento da economia portuguesa de 0,8 por cento em 2010 e nova subida de 1,5 por cento em 2011, considerando, no entanto, que uma das grandes prioridades deve ser o planeamento e a implementação gradual da consolidação fiscal.
A organização afirma ainda que, para atingir um maior crescimento, é essencial implementar reformas estruturais que promovam a competitividade da economia portuguesa através de exportações mais dinâmicas, e que a reforma na educação deve impulsionar o potencial da economia no longo prazo.
O crescimento da economia portuguesa só chegará significativamente no final de 2011, e será sustentado pelo aumento da procura interna, diz a organização.
Segundo as previsões da OCDE, o défice orçamental deve atingir os 6,7 por cento do PIB em 2009, crescendo para os 7,6 por cento em 2010 e para os 7,8 por cento, resultado dos estímulos do Governo à economia e dos efeitos da crise, que causaram uma forte redução da receita e um aumento da despesa.
A organização prevê que o maior impacto dos estímulos dados às contas públicas aconteça na segunda metade deste ano, sendo necessário «implementar uma estratégia forte de consolidação assim que a economia fortalecer».
Os dados divulgados apontam ainda para que a taxa de desemprego termine o ano nos 9,2 por cento, subindo para os 10,1 por cento em 2010, e reduzindo ligeiramente em 2011, para os 9,9 por cento.
As exportações e importações de bens e serviços sofrerão uma forte retracção este ano, -14,7 por cento e -14,4 por cento respectivamente, recuperando nos anos seguintes. As exportações deverão recuperar para os 1,7 por cento em 2010 e para os 3,2 por cento em 2011, e as importações para um por cento em 2010 e para 2,1 por cento em 2011.
O consumo privado deverá terminar o ano em valores negativos em 1 por cento, acelerando para os 0,6 por cento em 2010 e para os 0,9 por cento em 2011. No entanto, o consumo público deverá ter uma evolução contrária, terminando o ano positivo nos 1,4 por cento, e caindo para os 0,6 por cento em 2010 e 2011.
No seguimento desta avaliação, a OCDE diz que a taxa de poupança das famílias deve chegar ao final do ano nos 9,6 por cento, diminuindo ligeiramente nos anos seguintes: 8,9 por cento em 2010 e 8,8 em 2011.
O investimento deverá cair 13,6 por cento em 2009, recuperando para terreno positivo já no próximo ano (0,4 por cento), e acelerando, em 2011, para os 2,9 por cento.
A OCDE prevê ainda uma inflação negativa em 0,9 por cento em 2009, recuperando para valores positivos já em 2010 (0,7 por cento), e aumentando ligeiramente em 2011 (1 por cento).
Obs: A certeza com que a OCDE faz estas previsões faz-me supor que a Economia é uma ciência exactíssima quando, na verdade, não o é. Seja como for, e dando como válidos estas estimativas, as exportações, a continuidade das reformas, a poupança das famílias podem limitar os estragos na economia nacional. Em parte, esta vantagem no meio dos destroços, representa alguma capacidade de sobrevivência de alguns dos nossos empresários que conseguem manter o fluxo exportador e, por outro lado, solidez e firmeza na política de consolidação orçamental por parte do Governo e do ministro Teixeira dos Santos - em particular, não obstante o défice orçamental se nivelar pelo nível do défice ao tempo de Durão Barroso - quando este abandonou o barco nacional - para embarcar no navio comunitário - com os magros sucessos que conhecemos em matéria de estatuto e poder europeu.