domingo

O Governo "sombra" de Loução. "Marceladas" e líbidos salazaristas em retrospectiva

Olhando com olhos de relojoeiro para o BE o que evemos - senão um partido de 10 aninhos mas já com os tiques estalinistas do PCP (que, aliás, integra o seu ADN) é que o seu propósito é duplo: destruir o capitalismo e escavacar o Estado e atingir o anarquismo pleno. De caminho reforçar o grupinho de falcões trotskistas reaccionários que integram a célula mais afecta à linha-Louçã. Joana Amaral Dias - seguida do Zé Sá Fernandes - foi a 2ª vítima dessa purga - que denota uma congénita falta de democracia interna. É contra este modus operandi que o ministro soit-disant da propaganda, Santos Silva - diz gostar de "malhar". Se malha ou não - o BE malha verdadeiramente nos seus, enquanto que o PS tem dado provas duma tibetana tolerância para com Manuel Alegre - que mais não tem feito senão sabotar (algumas) políticas públicas do seu próprio partido, ainda por cima de braço dado com aquele que hoje representa maior ameaça socioeleitoral (o BE) ante o vazio do PSd e da sua liderança.

Desta feita, e concordando com a afinação de inúmeros dispositivos do capitalismo global que hoje produz estragos na sociedade - como regular, vigiar e disciplinar as off-shores (que acomodam evasão e fraude fiscais e facilitam a corrupção) - há, contudo, um perigo de generalização das teorias e das posições de Louçã que, no limite, levaria à destruição do Estado, à expulsão do empresariado nacional do País e à rarefação de toda a economia de que hoje pessoas, empresas e o Estado precisam para funcionar correntemente.

É neste quadro que, em termos hipotéticos, deixamos aqui a composição do Governo anti-capitalista e anti-estatal de Louçã, embora não se saiba quando entrará em funções:

  • Francisco Louçã - Primeiro-Ministro (com o dossier das purgas)
  • Manuel Alegre - Ministro sem pasta
  • Helena Roseta - Ministra sem pasta-adjunta
  • Ana Benavente - Ministra da Educação
  • Luís Fazenda - Ministro da Fazenda (Finanças e o dossier das purgas)
  • Fernando Rosas - Ministro do Passado e do Futuro e das Corporações
  • Miguel Portas - Ministro dos Negócios Estrangeiros
  • Ana Gomes - Secretária de Estado das Comunidades (a confirmar)
  • Ana Drago - Secretária de Estado da Cultura, Educação e da Juventude
  • Ideologia professada: anti-capitalismo puro e duro
  • Objectivo estratégico: destruir o Estado, o PS e o PCP e a economia de mercado e expulsar do País o grande empresariado
  • Objectivo tático: implementar a economia de escambo e fazer de cada português um "revolucionário-reaccionário"
  • Programa de Governo: caçar off-shores e estirpá-las, uma-a-uma no Largo do Pelourinho. Encerrar a bolsa de valores com vista à introdução da taxa Tobin, para dar uma imagem de Robin dos Bosques - sempre muito do agrado do zé povinho.
    Vender em parcelas o BPN na Feira da Ladra, rifar o BPP e ocupar o Finibanco - para daí fazer a futura sede do BE.
Jose Afonso - O Que Faz Falta

Marcelo Rebelo de Sousa - para ser simpático para Ferreira leite diz que o seu afundanço junto das intenções de voto dos portugueses resulta dos maus conselheiros que ela tem, leia-se Pacheco Pereira & compª. A sua colagem à campanha Pinócrates de Setúbal da jotinha laranja também foi contraditória com a imagem de seriedade que a idosa procurou dar de si, se é que ainda lhe resta alguma imagem. Já bem basta a que tem. E essa é assustadora.
Em compensação nem tudo está perdido na história de Portugal dos últimos 100 anos. O País menos dado às intimidades da história dos costumes do nosso querido António de Oliveira Salazar, o velho "Botas" - fica hoje a saber que foi um verdadeiro garanhão, um Dom Juan parte corações.
Começa hoje a fazer sentido que Salazar tenha "casado" com a pátria, na suposição de que já na altura a pátria fornecia boas companhias ao ditador ajudando-o a tomar boas decisões, mormente em matéria de política externa ao não envolver Portugal na II GM. Se calhar foram decisões sedimentadas no leito luxuriante daquilo que o homem mais gosta de fazer, e Salazar, pelos vistos, não deixou os seus créditos em mãos alheias. Fez muito bem. Deve ter morrido de barriga cheia.
O episódio e as bocas que o ligavam ao cardeal Cerejeira eram apenas nebulosas para disfarçar o essencial.
"Abençoada ditadura", foram 48 anos a tomar decisões difíceis.
"Abençoado" ditador.
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