segunda-feira

O Freeport é o "porta-aviões" da oposição política, das corporações e da mediacracia em Portugal

Consabidamente um porta-aviões é um grande navio de guerra cujo papel principal é o de servir de base e apoio logístico móvel. Permite que uma força naval projecte o seu poderio aéreo a grandes distâncias sem precisar de bases terrestres fixas para os aviões.
Hoje qualquer marinha moderna vê num porta-aviões um pilar fundamental da sua frota, da sua afirmação e projecção de poder, logo de domínio sobre os competidores que disputam uma área de influência. Seja por razões políticas, militares ou económicas, ou ambas.
A importância desta analogia (o porta-aviões) com o caso Freeport - que tem ocupado as manchetes dos semanários e aberto os telejornais em Portugal, gerando uma ânsia colectiva verdadeiramente gratuita, ajuda a explicar as motivações e as condutas (por acção e omissão) dos principais actores políticos no sistema. Das corporações até da mediacracia vigente - que precisa destes casos para fazer face à já crónica crise que tem atingido os jornais (diários e semanários) em favor dos meios virtuais, mormente a blogosfera (mais estruturada) que, com mais velocidade, flexibilidade, criatividade e até reflexividade - aborda os temas de interesse político nacionais e internacionais.
Daqui não decorre existir uma teia cirúrgicamente tecida no café do Martinho da Arcada para concertar juízes, editores/jornais, sindicatos de professores, os "sobas" da oposição e algum empresariado descontente por não conseguir arranjar mercado ou empreitadas que justifique actividade empresarial.
Mas não é novidade para ninguém que juízes e magistrados convocaram greves nos últimos anos por não quererem ter um sistema de protecção na doença igual ao dos funcionários públicos. Pensam assim que ficariam diminuídos na sua majestosa e mui soberana independência. Desta feita, juízes e magistrados não se querem misturar com engenheiros ou arquitectos das autarquias, pois entendem que devem auferir um sistema de protecção especial, acima dos demais quadros da função pública ou equiparada.
Sócrates teve a coragem de enfrentar os interesses desta pesada e medieval corporação, dessa tal república de juízes e magistrados - que passam a vida a polir os privilégios que têm, pretextualizar para arranjar outros melhores - e quando alguém os enfrenta no terreno político, sobretudo ao nível das reformas sectoriais, esse alguém fica marcado com um ferro, e mais cedo ou mais tarde a corporação activa-se a cobrar esse dito prejuízo que fere a dignidade da classe. Com o regime de férias da corporação o ódio adensou-se relativamente a Sócrates, e o alvo a abater ficou consensualizado entre essa república de juízes e magistrados - sentados, como diria Francisco Sousa Tavares, à manjedoura do Orçamento de Estado, embora aquele se reportasse aos militares e não aos juízes. Mas, para o efeito, é a mesma coisa.
Este é um comezinho exemplo que explica por que razão a "república dos magistrados" embarcou naquele porta-aviões e está - directa ou indirectamente, objectiva ou subjectivamente, sempre disposta a enviar o seu F-16 - com o sr. Cluni - a pilotá-lo - para que este deite uns mísseis em S. Bento. Mísseis que se destinam a contrariar as mudanças introduzidas pelo Governo em matéria de uniformização do sistema de protecção na doença da dita corporação, e em reforço do Estado social em Portugal.
Com os media a relação é variável: há-os mais sérios e responsáveis, e os mais sensacionalistas e irresponsáveis. Os media fazem o que têm a fazer, mas quando os factos dão lugar aos factóides, a irrelevâncias que se pretendem revestir da importância dos verdadeiros factos, os media começam a prestar um serviço de intoxicação junto da opinião pública, e isso só contribui para baralhar e confundir mais os portugueses relativamente à verdade dos factos que se pretende apurar. Além duma pressão enorme sobre as autoridades de investigação, que têm de acertar o passo segundo a velocidade dos media, o que gera um gap entre a notícia bombástica e o tempo (lento) da justiça.
Mas é evidente que um semanário in concreto tem-se comportado em relação ao Freeport com um afinco tal que não restam dúvidas que o objectivo nem sequer é apurar os factos e transmitir informações fidedignas aos leitores, mas, tão somente, abater públicamente o PM em funções. Creio que o semanário sol tem assumido este "alto-perfil" usando todos os seus aviões estacionados no porta-aviões em direcção a S. Bento. Outros canais de tv também estão a afinar pelo mesmo diapasão, referindo-se ao património da Mãe do PM procurando ver aí ilícitos para os conectar ao caso do Outlet de Alcochete. Em breve, irão pedir as facturas dos fatinhos Hugo Boss que o PM veste para saber se foram comprados ou oferecidos por alguma off-shore.
A montante disto não é novidade para ninguém que alguns jornais enfrentam situações de pré-falência, colocando-se a possibilidade de muitos desses jornalistas serem despedidos a curto prazo, porque não há mercado para certos títulos, e a concorrência também não abre espaço, e nisto o semanário Expresso não tem dado a mínima oportunidade ao semanário sol (que tem baixado substancialmente as suas vendas), também financiado por empresários ligados ao PSD.
Daí que à pressão de notícias escandalosas se somem preocupações prementes de natureza económica (e empresarial) que poderiam ser aliviadas (ou adiadas) se o mercado dos leitores de jornais for mais flexível e solidário com esses títulos - comprando-os na banca. O que, infelizmente, para esses jornais, também não tem acontecido, o que aumenta a pressão sobre os jornais para gerar mais e mais informações de tipo escandaloso que continue a alimentar a nossa sede e a gula por notícias escandalosas que envolvem figuras públicas.
É, pois, uma pescadinha-de-rabo-na-boca. Factos ou factóides, certos jornais publicam primeiro, fazem estrondosas manchetes - mas depois, caso as informações não se confirmem, reservam um espaço nas páginas do interior para o respectivo desmentido. Isto deveria passar a ser regulamentado, sob pena de incorrer em crime contra a honra e dignidade das pessoas visadas por processos julgados na praça pública.
Os sindicatos dos professores, por razões óbvias, vêem aqui o coro ideal para para fragmentar ainda mais um sistema de avaliação que nasceu torto, e aquele que foi proposto pelo sacristão comunista, Mário Nogueira, que passará à história como o algoz da 5 de Outubro, ainda é mais caricato e insustentável. Ou seja, o sr. Nogueira refuta a valia do sistema de avaliação da 5 de Outubro, e depois vai propôs ao País um sistema assente na auto-avaliação. Só para rir...
Os sobas da oposição, todos eles, têm no Freeport a plataforma ideal para também lançar os seus aviões-caça com a finalidade já não só de matar politicamente o PM em funções, como também de destruir S. Bento. Assegurando-se, assim, que Pedro Silva Pereira e Augusto santos Silva não fiquem vivos nessa contenda.
Louçã/BE - lançou a pergunta insidiosa no último debate parlamentar, reportando-se aos actos (de gestão) dos governos em fim de mandato. Sabia-se o que ele queria ao enfatisar a contradição entre a aprovação do projecto Freeport num governo em termo de mandato - já com Durão a preparar-se para assumir funções de PM.
O camarada Jerónimo do PCP quer sempre o mesmo: a morte dos capitalistas, por isso não nos deveríamos admirar se o referido camarada dissesse que este empreendimento é ainda um resquício do legado de António de Sommer Champalimaud em Portugal construído com dinheiro das privatizações pós-25 de Abril.. Mas para disfarçar o PCP lá vai dizendo que não quer que ninguém seja julgado na praça pública, por isso também está pronto para impedir qualquer vitimização pelo PM e pelo Governo. O costume.
O cds mantém a tradicional postura cínica, apesar de ser o partido dos interesses, dos sobreiros, dos submarinos - mas defende que a política não deve ser judicializada. Assim procuram um ar sério e limpo, quando sabemos que no cds até os mortos votam e pagam cotas.
Resta o psd de santana que remonta a 2005 e aos factos, leia-se, os famosos "encontros da Aroeira", que foram objecto de julgamento de certas pessoas e em cujo processo se provou haver uma tentativa de incriminar o Governo em 2005, o mesmo que actualmente está em funções, curiosamente.
Para quem quiser conhecer esse enredo mafioso, com fortes ligações à política laranja, poderá lê-lo no Jornal de Notícias.
Ou seja, corporações, mediacracia, sindicatos, oposição, algum empresariado - todos têm um denominador comum: abater políticamente Sócrates. Se é de forma a utilizarem "poderes ocultos", incursões a Fátima com velinhas postas no altar, praticando vú-dú, racionalizando fugas de informação a conta-gotas a partir da PGR, publicando factóides - é indiferente. O essencial é que cada um desse mísseis disparados a partir do porta-aviões - que alberga todo este batalhão de descontentes e ressabiados do Governo Sócrates - produzam os efeitos destrutivos desejados.
E, convenhamos, esse porta-aviões tem feito alguma moça no alvo. O problema em certos porta-aviões é que, em alguns casos, o peso do material que transportam é de tal modo pesado e distinto entre si - que começa por abrir fissuras e depois afunda - sem que tenham destruído o alvo que se propuseram abater.
Por regra, a arma da verdade impõe-se por si. E se ao tempo de Salazar tudo aquilo - em política - que parecia era (coitado do embaixador Franco Nogueira, seu biógrafo, não dizia outra coisa quando já estava xé-xé..), em democracia post-industrial - dada a complexidade das sociedades, aquilo que parece não é.

Veremos agora se o Serious Fraud Office (SFO) vai despedir dezenas dos seus investigadores por incompetência. Esta é, curiosamente, a mesma polícia que solicitou informações às autoridades portuguesas sobre o caso Freeport e envolveu o nome do PM nesse caderno de encargos manhoso. Estranho, senão bizarro. Para desenvolvimento da notícia, ver aqui - por reporte à informação do Sunday Times (in Rádio Clube)

Esta bizarra coincidência pode até indiciar a extrema generosidade de Sócrates contribuindo, por força do Freeport-affair, e também pela solidariedade entre socialistas europeus, para aquela malta incompetente continuar a sê-lo, desde que mantenham os seus empregos ao investigar processos que já adormeceram (em 2005) e acordaram (em 2009). Kafka talvez explique isso...

Se a tal "jornalista-radiosa" do dvd e do capitão Robi - pensar duas vezes, terá aqui mais um "furo-jornalístico", como se diz na gíria. Com sorte, ela ainda descobrirá que o Tratado de Methuen - também conhecido pelo Tratado dos Panos e Vinhos - em que nós comprávamos tecidos aos ingleses, e estes consumiam os vinhos de Portugal - comportava já a ideia de que no séc. XXI havia um PM português que teria de enriquecer à boleia do Outlet de Alcochete - desde que, como contrapartida, o dito target se deixasse explorar por factóides jornalísticos para continuar a engordar as manchetes nos semanários nacionais.

É que por cá o perigo do desemprego também é eminente e a vidinha custa cada vez mais a ganhar...

O que significa que o SFO também segue naquele porta-aviões...

PS: Ironia do destino seria, nesta conjuntura de globalização predatória - geradora de falências e desemprego, os "investigadores incompetentes" do Serious Fraud Office (SFO) de Sua Majestade - sejam, como castigo, recambiados para o semanário sol de J. Coimbra ilustre empresário do PsD - que também quer ver-se livre da posição que tem no jornal. Depois é que teríamos um semário "à séria" a fazer concorrência a Balsemão - entre alçados & plantas, arquitectos, investigadores incompetentes, bruxas, bruxarias e vo-dú e jornalistas-à-capitão-Robi no melhor dos mundos possíveis. Voltaire Pacheco Poeira seria, evidentemente, o novel Chefe de Redação.

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