domingo

Fixação presidencial e Freeport - por Vital Moreira -

in Causa Nossa
Freeport (1)

[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
A campanha mediática contra Sócrates a propósito do Freeport está a atingir os limites da ignomínia jornalística. Hoje um tablóide dá todo o destaque à notícia de que, em 1998 (o que é que isto tem a ver com o Freeport, que se passa vários anos depois?), a mãe de Sócrates (que ainda nem sequer era ministro do Ambiente) comprou a pronto um apartamento em Lisboa, sem que se saiba de onde lhe veio o dinheiro. Sucede que, escondida dentro da própria notícia, está a resposta para o "mistério": no mesmo ano, a mesma senhora vendeu a sua moradia em Cascais. Será que o valor da venda não dava para comprar um apartamento em Lisboa? Vale mesmo tudo!?
Aditamento
Já sem motivos para surpresas, há jornais de referência que ecoam esta espécie de "jornalismo"...
Fixação presidencial
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
O Presidente da República retomou a sua cruzada contra a nova lei do divórcio. Penso que não lhe fica bem. Como cidadão, Cavaco Silva tem todo o direito de discordar de todas as leis, qualquer que seja o seu objecto (divórcio, aborto, etc.). Mas como Presidente da República não se compreende que insista publicamente na censura política (e até técnica!) de uma lei que, depois do seu veto político, foi confirmada por ampla maioria na AR -- à qual cabe constitucionalmente o poder legislativo -- e que, além disso, não tem nada a ver com o funcionamento do sistema político (diferentemente do que sucedia com o Estatuto dos Açores), pelo que está fora do seu "core business" constitucional.
Obs: Não tarda ainda veremos - a abrir os noticiários da SIC - o jornalista Josué Manuel Mestre mostrando as facturas da Rosa & Teixeira, perdão, Hugo Boss onde o PM compra os seus fatinhos com a despesa das bainhas incluída. Estes cromos revelam uma patológica vontade em encontrar pretextos para inculpar o PM em funções, custe o que custar. O desemprego, a crise, a saúde, a educação - já não vendem notícias. O que vende agora é Freeport. Então, serve-se quantidades industriais de freeport ao povo.
Estou certo que daqui por umas semanas quando os jornalistas reverem as suas próprias peças "jornalísticas" diram para si próprios: "mas que parasita fui, além de ridículo". Mas no plural...
De Belém, as usual, nem bom vento nem bom casamento. Informe-se o sr. PR que se está insatisfeito com a maioria parlamentar donde emana o legítimo processo de produção legislativa da nação tem duas saídas: ou inventa uma nova maioria e dá [mais] uma mãosinha (o braço, o antebraço, a coxa e o resto) à srª Ferreira; ou tenta refazer o esprit da Alameda de há vinte e quatro - para reconquistar uma nova maioria absoluta.
É óbvio que a história jamais se repetiria, mas os resultados sempre seriam mais animadores do que o score eleitoral da srª Ferreira - cuja cotação no mercado político não vai além do valor do "partido-smart" (cds) x 2.