domingo

Freeport na 7ª arte. Ou no teatro...

Parece que já estou a ouvir o Zé Pedro Gomes perguntar ao António Feio:
- Toni, Luvas ou extorsão?!
- E o Toni responde: extorsão...
A estória dos e-mails manhosos que esta semana o semanário "radioso" em ambiente de pré-falência divulgou, parece cenarizar uma narrativa ou conclusão muito diversa daquela que os jornalistas obsecados em Sócrates aponta. A coisa é simples e conta-se numa penada: mesmo que os tais consultores Smith & Pedro tenham pedido "tú-tú" aos promotores do Freeport em Inglaterra para pagar à alegada "rapaziada" de Alcochete e conexos - o desenlace desse filme está, precisamente, naqueles consultores.

O problema é que aqueles senhores já afirmaram que não houve "tú-tú" para ninguém. Das duas uma: ou falam verdade, ou mentem, e, neste caso abetoaram-se com o tú-tú e agora o atingindo públicamente com esta bronca é o PM. É sacanagem.

Não sei se este argumento manhoso - assim como a qualidade dessa gente e das intenções dos meios envolvidos, suscitaria o interesse do cineasta Manoel de Oliveira em levar o enredo ao cinema. Duvido.

Mas em caso de nega, a coisa sempre poderia subir ao palco do teatro - A Barraca - sob o título - "Luvas ou extorsão" - e o Zé Pedro Gomes e o António Feio teriam a gentiliza de representar os consultores Smith & Pedro nessa narrativa.

Ainda não é desta que o srº arqº conquista o Prémio Nóbel da Literatura.

Mas daqui pode abrir-se a porta para que o cinema português conheça uma nova expressão que o faça ter maior visibilidade no estrangeiro e ganhar mais prémios nos principais festivais de cinema.

Por mim, estou em crer que a grande vantagem, talvez a única do caso Freeport, reside precisamente nesta valorização do cinema português, hoje com novos realizadores - que irmanam com os grandes nomes do cinema portugês: João César Monteiro, Fernando Lopes, António Pedro Vasconcelos e Manoel de Oliveira.

Nunca se sabe se a porta de saída da crise e da recessão nacional é através do cinema. Se for o Freeport - além do comércio - também desempenha aqui uma função lúdica e criatica de valor incalculável.

Solicite-se ao Chefe de Governo, e por ironia do destino, uma linha de crédito de apoio à produção nacional de cinema.
PS: Notas dedicadas a todos os arquitectos frustrados que se refugiaram no jornalismo de compensação.
Conversa da treta