Marcelo e a economia. A parcialidade em movimento...
O douto Marcelo, em mais uma das suas missas, disse muita coisa, e em muita coisa tem razão, como na ideia geral que faz curso no mundo que coloca Barack Obama na Sala Oval já em Novembro próximo. Infelizmente, não é o candidato de Marcelo - o velhinho McCain (cuja campanha suja contra Obama é execrável) - que irá sentar-se no cadeirão do Império, mas Obama. Ainda bem. Quer a América, quer o mundo - ambos ficam melhor servidos. Marcelo aqui tem razão, apesar de se prefigurar a vitória daquele que Marcelo não apoiou. Portanto, se o mundo votasse para a eleição do presidente do País mais importante do mundo - Marcelo estaria do lado dos vencidos. E por falar em vencidos, Ferreira Leite - consabidamente - não acerta uma sobre nada, nem sobre economia (em que se diz expert). Ontem ao vê-la e ouvi-la falar meti-me debaixo sofá e só não me atirei da varanda porque a queda não seria mortal. De facto, Vasco Pulido Valente tem razão - a srª Leite não tem a mínima vocação para a coisa pública, desconfio até que não sabe fazer bacalhau espiritual nem dar as mamadas ao netinho. A sua ligação à política (é como a minha aos lagares de azeite) decorre dum acidente do cavaquismo cuja sinistralidade política se adensou com a crise do PSD - precipitada depois com a fuga de Durão (com quem deixou de falar) para Bruxelas - onde faz turismo europeu e entregou a Europa a um estatuto de menoridade que ela hoje tem na cena mundial. Mas a bacurada da noite soprada por Marcelo ainda estava para chegar: Santos Silva - porque é sociólogo - ("e não sabe nada de economia", Marcelo dixit) não devia ter criticado aquela que é a maior ignorante de economia do país: Ferreira Leite. É óbvio que Marcelo, cínicamente, não fundamentou - porque é nos detalhes que está o diabo. Ou seja, Marcelo sabe, no seu íntimo, que Leite chumbaria consigo como examinador (até em economia), mas como a notas de Marcelo valem tanto como os meticais moçambicanos - ninguém já o leva a sério com tanta inflação que usa para proteger e ajudar os seus amiguinhos políticos. É a vida. Então Marcelo desconhece quantas vezes Leite já mudou de opinião em matéria de investimentos públicos? Tendo, depois que ser Paulo Rangel que lhe cobre as paradas no hemiciclo? De facto, Marcelo ao dizer que um sociólogo - só porque o é - nada percebe de Economia - pergunto-me o que ele, enquanto jurista e jurisconsolto - alí está a fazer num programa que é de análise política - mas em que as questões sociais, culturais, económicas e financeiras também são avaliadas (natutalmente). Este Marcelo saíu-me cá um sectário e um anti-interdisciplinar que até o deixa ficar mal visto enquanto docente ilustre que é. É extraordináriamente inteligente, como Pacheco Pereira - mas às vezes ver e ouvir um e outro - a distorcer a realidade só para fazerem jeitinhos aos amigos políticos - é de bradar aos céus. Espero que Marcelo - na Faculdade onde ensina direito não seja tão parcial (e ínvio) como foi neste particular, senão os seus alunos saem da faculdade a saber tudo menos direito, além de vesgos. Conclusão: Portugal ficou a saber que, doravante, os sociólogos só podem tecer considerações sobre sociologia, os politólogos sobre política, os arquitectos sobre arquitectura, os engenheiros sobre pontes e estradas e a srª Ferreira leite - porque é completamente destituída - não deveria falar sobre nada - para não ofender a realidade. Pergunto-me se Marcelo, como é jurista, também pode ser nadador, ou essa qualidade só está reservada aos nadadores-salvadores do mar do Guincho?!
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