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Cavaco quer manter boas relações

Cavaco quer manter “boas relações”
O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou este domingo em Vila de Rei que pretende “manter a boa relação institucional existente entre os diversos órgãos de soberania até ao último dia do mandato”.
À margem da inauguração de uma biblioteca local, Cavaco Silva não quis comentar a entrevista do primeiro-ministro José Sócrates à TSF, mas frisou que “é normal a existência de uma boa relação institucional entre órgãos de soberania”.
“Eu disse logo no primeiro dia em que assumi funções que essa seria a minha conduta e assim deverá ser até ao último dia do meu mandato”, afirmou o Chefe de Estado, sustentando que “só quando os órgãos de soberania cooperam lealmente é que podem juntar esforços para ajudar a resolver os problemas nacionais”.
“Eu terei sempre uma atitude construtiva e, quando falo ou tenho intervenções, o objectivo é sempre tentar ajudar a resolver os problemas de Portugal”, conclui o Presidente da República.
Obs: Cavaco é capaz de dar uma entrevista sem dizer uma única novidade. Chama-se a isto engolir em seco ou chover no molhado. Proponho mesmo ao Palácio de Belém e aos seus brilhantes assessores que coadjuvam o sr. prof. Cavaco e Silva (como diz o zé povinho) que o aconselhe a falar quando, de facto, tiver algo para dizer. Falar por falar só desgasta. Um dia o PR tem um laspo e ainda aplica a fórmula do "manter boas relações" - a outro contexto, e daí ser mal interpretado.
O que Cavaco faria de útil, e esta é mesmo uma dica para o meu querido amigo dr. Nunes Liberato, Chefe da Casa Civil de Belém, seria - isolada ou concertadamente com o Governo - intensificar os esforços na captação de Investimento Directo Estrangeiro/IDE para Portugal (as campanhas do "ICEP" só não bastam), e aqui dinamizar mais e melhor investimento, mais riqueza e mais emprego. E nesta conjuntura de crise, com melhores políticas fiscais por parte do Governo e menos burocracia ao entravar as pernas ao empresariado - talvez fosse o momento indicado para fazer uma ronda pelas principais capitais da Europa para o efeito. Ou até no outro lado do Atlântico - onde ainda existem empresários que conseguiram sacar o seu dinheiro a tempo da desgraça dasfalências e ainda não sabem onde e como o aplicar.
Afinal, Cavaco esteve uma década em Belém, acumulou uma experiência governativa e uma carteira de contactos (que mais ninguém) tem no País no plano político.
E o que faz Cavaco quando anda pelo Portugal-profundo!?
Diz que quer manter boas relações...
Um dia isto ainda acaba mal.