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Paula Teixeira da Cruz - uma candidata credível no "melhor dos mundos possíveis" -

Paula Teixeira da Cruz é o que se pode designar uma eventual candidata à autarquia de Lisboa (pela área do PSD) que é loura, rica mas "nada burra", passe a expressão.
É actualmente a presidente da Assembleia Municipal na CML, é uma jurista com eficaz argumentação, tem autoridade, é assertiva e goza de experiência e é portadora de liderança. É, por outro lado, uma mulher workaholic, não está queimada politicamente (como Santana ou que parasita o mundo da futebolítica como o Seara) - que é o paradigma do autarca-paraquedista em Sintra - e do confusionismo entre o futebol e a política.
Se se candidatasse gozaria de apoios financeiros e políticos. Conhece relativamente os problemas da Capital, nem que seja por ouvir as queixas dramáticas dos munícipes nas sessões da AM, onde pedem tudo e mais alguma coisa aos autarcas. Tudo isto, à partida, fará dela uma razoável candidata, pelo menos uma melhor candidata do que os nomes veiculados nos media (Santana e Seara) que recolhem o agréement da actual Distrital e Direcção da actual governanta da Moviflôr da Lapa.
Tenho para mim mais duas coisas: se Paula Teixeira da Cruz se candidatasse teria maior mobilização e apoio das bases do PSD para as próximas eleições autárquicas em Lisboa - comparativamente a outro candidato do PSD; o que não faria dela, obrigatóriamente, uma vencedora.
Ou seja, na prática perderia para António Costa, mas, porventura, por uma percentagem menor (elegendo mais vereadores) e elevaria a fasquia de credibilidade e visibilidade do PSD em Lisboa - que hoje se encontra pelas ruas da amargura: sem capacidade de trabalho, sem oposição e sem visão alternativa para a cidade. Nesta perspectiva, a eventual candidatura de Teixeira Cruz não seria para obter ganhos imediatos, mas para preparar caminho para um futuro mais distante (2014).
Com maior ou menor grau de improviso, a política, tal como a economia de empresa, também se planifica, apesar de aqui os imponderáveis serem enormes. Embora, uma eficiente planificação reduz incerteza e elimina riscos. Mas para isso acontecer seria necessário que a liderança do actual PSD não tivesse uma pessoa que incorpora todos esses defeitos e insuficiências: risco, incerteza, falta de planificação e, já agora, uma terrível falta de vocação para a política - que exige liderança e comunicação - que compromete tudo.
Logo, somos de parecer que Paula Teixeira da Cruz não será, de facto, candidata à autarquia da capital, porque o que ela terá em mente não é ganhar Lisboa a António Costa em 2009, o que, porventura, a mulher do ex-banqueiro hoje convertido à Cultura desejará, é substituir Manuela Ferreira Leite na Lapa e liderar o PSD para os próximos anos. Já não a partir do cadeirão dos Passos do Concelhos, mas do farol da Lapa - que teima em não acender - ante a cegueira e o silêncio absurdo de Ferreira leite e a má memória daqueles que a precederam. Curiosamente, os mesmos que hoje são "empurrados" para se candidatarem, como Santana. Será que o PSD não tem mais ninguém no baú dos candidatos?
Tenho para mim que se o PSD não se ganhar a si próprio, revogando a "má moeda pela boa moeda", ficará sempre escravo dum passado de má memória. Feito de Santana, Durão, Marques Mendes (Carmona foi apenas um epifenómeno que deve ser desculpado, até pelas más companhias que lhe foram impostas), Meneses e tutti quanti... Não digo de Fernando Seara porque o seu passado está ligado ao CDS e o seu futuro é a bola e o seu querido Benfica, de cuja imagem usa e abusa para subir na escadaria da política. O que é lamentável.
Até que este arrumar de casa se faça na actual Moviflôr da Lapa, o PSD terá sempre um estatuto político subalterno na Capital (e no País). Mas Paula teixeira da Cruz - terá uma palavra a dizer. Ainda que fale em Lisboa, mas a pensar no País...