segunda-feira

Breves notas ao Notas Soltas de António Vitorino

1. A 1ª nota resulta do chumbo do Plano de Salvação Nacional que beneficiou o infractor, ou seja, a tecno-estrutura que se tem alimentado das contabilidades criativas das grandes empresas que manteve o valor das acções insuflado sem nenhuma correspondência com a economia real. Um dia o balão teria de rebentar, foi esse momento que o Estado-pai teve de intervir para disciplinar o mercado de casino e mafioso - à custa do zé povinho do Tio Sam.
2. O Estado-pai interveio para evitar o efeito de contaminação aos demais sub-sectores da economia norte-americana - que rápidamente, como metástases, se generalizaria à economia europeia, pelo efeito natural das interdependências económicas. Assim se estancou mais desemprego, mais falências, mais pessoas a viver debaixo da ponte e a comer a sopa dos pobres - v.q., deixaria de ter dinheiro para liquidar as prestações dos empréstimos contraídos para habitação, carrinhos e até viagens ao Brasil, muito corrente entre os tugas.
3. O chumbo republicano ao referido Plano - paradoxalmente - explica-se pela brevidade da eleição que terá de substituir os congressman, e como os deputados da República Imperial - hoje com pés de barro - não têm motivações diferentes das dos deputadps europeus - chumbaram o Plano - para se pouparem aos efeitos imediatos da impopularidade e do odioso que acarretaria a sua aprovação naqueles moldes. Terá, doravante, de se suavizar os termos do Plano de Salvação Nacional a fim de se dar a impressão de que já não é o zé povinho norte-americano a pagar a crise, mas os CEOs das grandes empresas. O que será difícil de explicar e mais ainda de entender. Peça-se um milagre aos fouthing fathers do constitucionalismo norte-americano, talvez resulte...
4. Os governos europeus também terão de intervir junto dos seus bancos e seguradoras mais periclitantes a fim de evitar males maiores. Portugal, por enquanto, só terá mais dificuldade em contrair mais empréstimos, o que torna o dinheiro disponível ainda mais caro. Maldito dinheiro... Por isso, subscrevo as palavras de Woody Allen que defendia que devíamos ser todos ricos, antes de mais nada por motivos financeiros.
5. Isto conduz-nos à proposta de Sarkosy para estruturar um novo modelo de regulação europeu global, esgotado que está o sistema de Bretton Woods e o neoliberalismo do Consenso de Washington - que tem permitido que os tubarões comam sempre as bogas, o que é uma injustiça - hoje a precisar de reparo supletivo com a intervenção keynesiana do Estado. Adam Smith vê aqui a sua obra esfacelada, e logo através da América...
6. O debate parlamentar em Portugal foi extemporâneo, com o PSD a (re)tomar a bandeira da segurança do cds, mais parece que o PSD sofre de amnésia e ainda está cristalisado no sequestro da agência bancária de Campolide. Pergunte-se a Ferreira leite se sabe qual foi o seu desfecho - ou se terá de perguntar a PPortas.
7. Depois, e este foi um "mimo" de António Vitorino - se ninguém coloca questões..., leia-se a mudez de Ferreira leite (!!!), então será porque a crise internacional explica grande parte da estagnação da economia nacional. Leite ficou aqui com as orelhas a arder, mas como a srª é surda e ainda está especada na rua de Campolide a aguardar o desfecho do sequestro (eficazmente debelado pelas forças de segurança) - é natural que ela amanhã telefone a Rui Pereira a perguntar quando é que ele se demite. Ou então pede a Pacheco Pereira para fazer mais uma rábula sobre assunto vário como manobra de diversão no pasquim da sonae...
8. António Vitorino continua em boa forma, esperemos que não tenha investido em acções das empresas que agora conhecem os efeitos do que são as contabilidades criativas. Pelo ar feliz é porque não investiu.