quinta-feira

O "Verão de Praga" na Geórgia: Putin e os seus crimes

Putin, toda a gente sabe, é um criminoso de Estado. Formado na velha escola do KGB e nos métodos da polícia política, a sua personalidade já não conseguiu evoluir, ficou impedida de se civilizar, humanizar, desenvolver. Cresceu velho e mau, e hoje está pior: mais vingativo, traço denunciado no olhar furtivo. Mentalmente, vive na nostálgia do império soviético perdido, obsecado com a restauração da grande Rússia legada pelo seu camarada Stalin - capaz de bater os EUA, enterrá-los vivos, como diria o analfabeto Nikita Kruchev, o tal que foi ao púlpito das Nações Unidas bater com o sapato. Desde então, o mundo ficou a saber que Nikita não apenas asneirava, como também cheirava mal dos pés.
Enfim, incidentes da história que a memória jamais apaga. Todo este enredo revela o caldo psicopolítico em que o criminoso de Estado Putin se movimenta: assaltou um Estado vizinho, a Geórgia, supostamente um Estado independente e soberano. Matou e humilhou aos milhares. No day after, pressionado pela Comunidade internacional e pelos EUA e França - é impelido a assinar um cessar-fogo, que prevê a retirada das forças russas do territóio da Geórgia. O que sucede?! Uma incursão por Gori e Tiblissi, como que incitando as milícias da Ossétia a matar ainda mais civis georgianos.
O que poderemos concluir deste crime de Estado? É que os traços de personalidade dos homens de Estado que se encontram ao comando do poder é muito importante para compreendermos a trajectória da acção futura no palco da história.
Confesso que esta incursão pelo miolo da Geórgia violando o cessar-fogo não me surpreendeu, pois Putin tem uma personalidade de delinquente, e o envenenamento do
ex-agente russo Alexander Litvinenko, o assassínio da jornalista russa Anna Politkovskaya, assassinada no elevador do prédio onde morava quando se preparava para publicar uma matéria que comprometia Putin, revelam bem os métodos do velho operacional do ex-KGB, espelha o perigo que representa um ex-KGB hoje a teleguiar o poder na Rússia através de um palhaço chamado Medvedev.
Esta é a realidade nua e crua, são delinquentes que estão aos comandos do poder do Estado na Rússia. A extensão lógica deste corolário é simples: é ao abrigo desse aparelho de poder militar e político que se dão ordens aos militares - sedentos de fazer sangue e mostrar a sua utilidade de corporação - para invadir e matar pessoas do Estado vizinho, entretanto independente e soberano (formalmente).
Mas se ainda tivéssemos dúvidas de que Putin é uma mente criminosa bastaria fazer este raciocínio: no preciso momento em que se determina o cessar-fogo é quando os militares recebem ordens para fazer exactamente o contrário, e invadir o coração da Geórgia, para mostrar à população que ela só existe para ser humilhada, maltratada, assassinada, para levar uma lição, como se a ex-URSS ainda vigorasse e os Estados satélites de Moscovo gravitassem todos submissos em torno do gigante do frio.
Com esta lição criminosa de violação flagrante que o doente Putin quis dar à Geórgia, aos EUA e ao mundo temos algumas conclusões a extrair:
1. Putin e son compagnou de route Medvedev - são ambos criminosos de Estado, deverão ser levados ao Tribunal Penal Internacional e aí julgados e condenados. Se houvesse direito no sistema de Relações Internacionais seria isto que deveria vigorar.
2. Putin é indiferente ao crime, à reprovação, à dor alheia e ao sofrimento das suas vítimas de que é o carrasco-mor. Portanto, a comunidade internacional está diante de um psicopata com quem nem sequer deveria negociar, uma espécie de sequestrador que mantém refém as suas vítimas sem revelar qualquer espécie de pena ou sentimento. No entanto, aparece aos olhos do mundo sob aquela capa de cabra mansa das montanhas, de ar envergonhado, humilde e cabisbaixo. Este é o tipo de perfil que revela como as aparências iludem e os mansos de aparência acabam por ser os seus piores criminosos. Stalin também era afável, silencioso, de trato amável, depois foi o que se viu e a história registou. Matou mais do que Adolfo Hitler.
O que serve para explicar que hoje a Geórgia é mais do que um Estado-vizinho da Rússia que esta pretende esmagar militarmente através da recuperação da doutrina da soberania limitada do tempo de Brejnev, qual Primavera de Praga transposta para o séc. XXI.
Numa palavra: Putin explica o crime contido no próprio crime. Em cada uma das milhares de pessoas assassinadas pelas tropas russas na Geórgia está hoje estampado o rosto desse assassino de Estado chamado Putin.
Será com este pulha que Barack Obama, e a Comunidade internacional no seu conjunto, terão de negociar nos próximos anos, ainda que o intermediário seja aquele palhacinho desengonçado chamado Medvedev.