terça-feira

Os tempos mudam, mas a ditadura-canalha violenta da Rússia (com memória soviética) é a mesma...

À Rússia depauperada irrompe agora uma Rússia militarmente restaurada à boleia das receitas do petróleo e do gás. Dois ingredientes explosivos por natura. O que prova, como diria Sto Agostinho, que para se exercerem algumas valências da mente, é necessário um mínimo de conforto material.
TRATAM A BARBÁRIE POR "TU" COM RISCOS DE SANGUE.
A nova doutrina da soberania limitada (dsl): durante a Guerra Fria, dinamizada pela famosa corrida armamentista (arms race) a dsl fazia de Moscovo o verdadeiro "dono" dos Estados satélites, obrigados a vergar-se tendo em atenção os interesses da ex-URSS. Hoje, pelos vistos, e a pretexto da Geórgia pretender impôr a ordem na Osséssia e na Abcásia (dois "protectorados russos) a Rússia esmagou militarmente a Geórgia, avisou a Ucrânia (ambos países a querer integrar a NATO) e ventilou uma mensagem ao mundo dizendo: estamos de volta!!! A Geórgia assume hoje o papel do invadido que a então Checoslováquia e a Hungria sofreram há umas décadas. Tudo, no fundo, revela que o projecto imperial da Rússia ficou apenas congelado, uma vez recuperada a força mediante os proveitos do ouro negro e do gás o aparelho militar mostra as suas garras, a liderança moscovita afirma-se pela força. Afinal, o que mudou desde o termo da Guerra Fria?! O culto da personalidade em Putin ainda é visível (também o era com Brejnev), o partido é controlado pela velha guarda, e quem manda no partido também manda no aparelho de Estado. Em rigor, aquilo que verdadeiramente mudou foram as circunstâncias internacionais, que obrigam a ajustamentos táticos e a cuidados adicionais na fixação da imagem internacional. Mas a natureza do regime político é aquilo que sempre foi: mafioso, imperial, assassino, militarista.. Em suma, trata-se do regime putin-niano deste 1º quartel do séc. XXI. Um regime que manda assassinar jornalistas através de envenenamento quando investigam a natureza de certas operações do regime. E quando assim é (é) óbvio que se está perante um regime, instituições e pessoas pouco ou nada recomendáveis. Mas infelizmente o Ocidente (que também tem os seus crápulas de Estado) tem que negociar com esses canalhas da contemporaneidade. É isto que faz mover a roda dentada da história. Uma história que não tem fim, e enganado estava Francis Fukuyama que se notabilizou mundialmente por ter sabido interpretar criativamente Hegel e Marx. Lamentavelmente, a história também se faz destes crimes e destes criminosos de Estado - que nem uma bala valem. Mas cuja conta deveria ser paga pela família - a pretexto dos massacres que causaram aos povos e às sociedades.
A Rússia, com os EUA moral e politicamente enfraquecidos pelas eleições e pela gritante falta de credibilidade do idiota G.W.Bush, foi socorrer os ossetas e abcases do sul - pro-russos, e com isso aproveitou o pretexto para se vingar da Geórgia e até da Ucrânia desejarem integrar a NATO e tornarem-se potências ocidentais e civilizadas, fora da órbita de Moscovo. Um sonho antigo, em vão...
Não sendo possível porque a lei da força ainda é, no limite, a velha alavanca que dita quem tem ou não tem razão nas Relações Internacionais, a Rússia regressou aos velhos tempos de Stalin, Nikita, Bresniev e tutti quantti, para esmagar a Geórgia, fazendo aí milhares de mortes - pensando que, com esse assassínio de Estado em massa, a capital do outrora império recupera a glória da Guerra Fria e mostra ao mundo aquilo que, de facto, a Rússia nunca deixou de ser: um País dominado por mafiosos de Estado, por espiões reciclados, por alcoólicos que continuam a bater nas mulheres vivendo sempre com uma e mesma obsessão: o domínio do poder.
Para quê? Para fazer política, matando...
Eis a Rússia do séc. XXI.
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MOMENTO DE HISTÓRIA

Puxa, Ivan-Putin, você é terrível!!!

PS: Nem valerá a pena mencionar Medvedev, porque não passa de um palhaço. Até a imitar os gestos de Putin o tipo não passa dum mau palhaço. Um palhaço que hoje governa a Rússia, embora teleguiado pela mente criminosa, imperial e paranóica de Putin...