A dona Judite de Sousa a apresentar o telejornal vestida assim parece mais que vai para um casamento vinda de um baptizado. Revela mau gosto e falta de sobriedade quando se coloca diante da caixa negra para transmitir notícias aos portugueses na tv pública paga com os nossos impostos. Mas talvez isso seja de somenos, importante, ou melhor, preocupante é que hoje em Portugal quase 2/3 do tempo noticioso é ocupado a narrar casos de criminalidade: assaltos a vivendas e apartamentos, a bancos, furtos de material eléctrico e o mais. O carjacking - a que se soma agora o home-jacking, são tudo técnicas em curso no País, sendo que muitas desses crimes violentos são protagonisados por pessoas de origem brasileira e oriundos do leste europeu, por vezes articulados com elementos de nacionalidade portuguesa já com (e sem) cadastro. Parece até, em face dos riscos que estes criminosos enfrentam, que tais deliquentes e agentes criminosos se desinteressam do futuro, e escolhem a via do crime como passaporte para o paraíso que, muitas vezes, termina no inferno da morte ou atrás das grades da prisão. Donde, alguns deles, se conseguem evadir.
Anda a PSP com tanto trabalho para depois o aparelho de Justiça e os senhores juízes em particular, a corporação mais perniciosa em Portugal, dar ordem de libertação. Acresce que, para além desta aberração que são os juízes e o sistema de justiça em Portugal - ainda pouco amigo da sociedade e do cidadão - que seria suposto preservar e defender - o criminoso e o eventual homicida perde o gosto de viver, é como se ele - por cada assalto que planeia e executa - desinvestisse todo o seu futuro naquele acto criminoso ao qual está ligado. Pois sabe que nesse contexto ele pode morrer caso as coisas se compliquem. Mas a avaliar pelos elevados índices de criminalidade em Portugal, a ideia de acabar os seus dias na cadeia deixa de lhe fazer medo. Indiferente a tudo, torna-se, obviamente, também capaz de tudo. É como se o agente criminoso - no quadro do seu processo de "reivindicação dos bens alheios" que furta a terceiros - projectasse toda a sua culpa na futura vítima para, depois, se sentir autorizado a vingar-se: roubando-a, humilhando-a ou até mesmo matando-a. Pelo caminho, as autoridades vão acertando em alguns desses criminosos e, assim, protegem a sociedade de males maiores.
UMA SENHORA CUJA OPINIÃO, POR MAIORIA DE RAZÃO, DEVE SER ESCUTADA E MEDITADA PELAS AUTORIDADES
Teresa Paiva é psicóloga. Foi tornada refém no caso da agência de Campolide, e, agora, e bem, resolveu falar em nome de todos os reféns que não têm motivação de o fazer - e que carecem de apoio psicológico após um trauma dessa natureza, que deixa sequelas para toda a vida. Por isso, revela-se verdadeiramente bizarro que o responsável do bes venha dizer que pelo facto de o caso se encontrar em segredo de justiça torna-se impossível ao banco de Ricardo Salgado Espírito santo identificar as vítimas do sequestro em ordem a prestar-lhes os devidos cuidados de saúde. O idiota do bes que produziu tais declarações deveria pensar duas vezes antes de abrir a sua bocarra para asneirar. Também ele, por trabalhar num banco, está a necessitar de ser reciclado e, talvez, ter alguma formação em sistemas de segurança. Para a próxima já não diz bacuradas e, assim, também não ofende a dignidade dos reféns que viveram momentos de elevada tensão na passada 5ªfeira, alguns até poderiam falecer na sequência de ataque cardiâco ou qualquer outra complicação de saúde. Pergunte-se ao idiota do bes que aduziu tais enormidades se o seu banco desde o dia do assalto até ao presente ainda não teve tempo de indagar a identidade das pessoas que lá foram tornadas reféns. Ou o bes só se preocupa com o dinheirinho que os otários dos clientes lá vão depositar?! Quanto a drª Teresa Paiva - fez o que devia fazer. Felecitamo-la pelo facto.
Já agora - deixamos uma perguntinha à srª drª Paiva de Campolide: por acaso não estará a pensar mudar de banco?! No seu caso, mudaria, até pelas comissões exageradas que cobra aos clientes... O bes deve pensar que os potugueses têm todos ordenados de futebolistas e todos e cada um dos tugas se chama Reinaldo. Se calhar também é por essa razão que alguns dos seus funcionários só dizem bacuradas quando se metem a debitar sobre assuntos de segurança. Devem ter aprendido com os futebolistas, a escola da ignorância e da asneira é a mesma.
A equipa da PSP está, mais uma vez, de parabéns. Com a ajuda dos cidadãos - revelaram prontidão, eficácia e grande capacidade operacional na detenção dos assaltantes nas zonas supra-referidas. Sublinhe-se que o Comando Metropolitano de Lisboa tem vindo a desmantelar redes de criminosos (composta por brasileiros, pessoas do leste europeu, africanos e também portugueses) que actuam na zona da grande Lisboa no decurso deste ano. O ministro Rui Pereira (MAI) - que preste atenção a essa eficiência acrescida e que faça um esforço adicional em matéria orçamental para dotar essas forças no equipamento de armas e demais tecnologia para combater - preventiva e repressivamente - o crime em Portugal. Urge também mexer nos subsídios aos agentes de segurança, remunerar mais e melhor os seus salários, aumentar a sua qualificação e capacidade de treino. Motivar esses agentes que arriscam a vida todos os dias em nome da protecção do bem comum.
E, já agora, é algo que me envergonha saber que são os próprios agentes que têm de adquirir a sua própria farda para o exercício das suas funções. A segurança de qualidade paga-se, mas é um bom investimento: ganha a sociedade, ganhamos todos.
O solitário português, finalmente, foi agarrado. Parece que era fiel de armazém, e como não fazia nada, sem ofensa para os funcionários públicos - mormente os das extintas alfândegas, devia dedicar o seu tempo a planear assaltos. Teve sorte, até ao dia... Se fizesse blogues poderia ser mais conhecido e até mais saudável.
Aqui vemos o artista fiel de armazém noutro perfil...
O crime não compensa. Em inúmeros casos, estes crimes são cometidos por gente com um núcleo a personalidade criminal muito diferente das pessoas ditas normais: o egocentrismo, a labilidade, a agressividade e a indiferença afectiva traçam o seu perfil e denunciam a sua conduta operacional. De entre todas estas características que ajuda a identificar o agente criminoso que hoje assalta bancos e faz sequestros, destaco a labilidade.
Que é uma combinação de imprevidência, desorganização no tempo e de instabilidade de carácter que impede esse agente criminoso de ficar intimidado perante a autoridade policial e/ou a ameaça de sanção prevista na lei. O caso dos dois brasileiros que na passada 5ªfeira assaltaram a agência bancária de Campolide, que não passavam de uns amadores perseguidos pela sorte e por alguma fortuna, fazendo reféns a quem encostaram a arma à cabeça durante meia hora, revelaram essa característica. Um deles afirmou preferir morrer a entregar-se à polícia. Muitos desses criminosos deixam-se levar pela perdição do momento, pela vertigem que os impede de raciocinar, facto que os leva a não levar em conta as consequências menos imediatas dos seus actos.
Um deles pagou isso com a morte. E foi tão plenamente justificada quanto poderia ter sido evitada.
Enfim, também é isto Portugal narrado pelos telejornais, em que as jornalistas de serviço parece que vão para um baptizado vindas de um casamento. Ou é o contrário?! Também não importa...
O crime está aí e tem que ser combatido, preventiva e repressivamente.
PS: Dedicamos esta croniqueta à PSP e às forças de segurança que têm por missão combater a pequena, média e grande criminalidade em Portugal.
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