Quem quererá silenciar O jumento?!
Ao cabo de meses entrei hoje no blog O jumento para ver as novas. Deparei-me com um filtro de entrada sinalizado pelo eventual conteúdo menos próprio do blog. Do que conheço do site, descontando estes últimos meses, confesso que se trata de um espaço de análise interessante e inovador em Portugal. De resto, falo à vontade, pois o Macroscópio - que apesar de ter sido abalrroado, certamente por alguma falta de elastecidade cultural e cívica, foi até o 1º espaço de reflexão em Portugal com consistência - a reconhecê-lo como serviço público. Escrevi dezenas de reflexões sobre essa prestação, não apaguei nenhuma - porque não fomos educados na clandestinidade nem nos métodos cabotinos do ressentimento e da inveja, o blog ficou no nosso site porque fomos norteados e educados nos valores da grandeza, da magnanimidade e da solidariedade, e não na mesquinhez e na escravidão dos 7 sete pecados capitais que, por vezes, tolhe a conduta do homem. Chega mesmo a cegar-nos...
De resto, um homem só deve olhar o outro de cima para baixo se for para o puxar para cima, como diria G.G. Marques, e não para o enterrar. De resto o Macro também não é enterrável...É assim uma espécie de ornitorrinco, sai sempre fora do molde.
Hoje, quando O jumento está a ser pressionado (sabe-se lá por quê ou por quem e a que propósito!!?? ou qual é o novo nome para esses alegados "fascistas") na sua liberdade (legítima) de expressão, entendemos solidarizarmo-nos com esse espaço de análise que, ao nível da fotomontagem tem feito as delícias de muitas gente.
E nunca, pelo menos que se saiba, foi injurioso ou difamatório para alguma pessoa e/ou instituição. Embora possa ridicularizar A, B, C ou D pelas imagens ou narrativas mais contundentes, mas esse é um direito que assiste ao povo criticar nas baías da lei. Se o fizer com fundamento e humor, tanto melhor. A ironia, que é outra ferramenta ou sorriso da razão, como diria Eça de Queirós, também pode coadjuvar nesse propósito cultural. Ora, estes desideratos literários de valor cultural nem sempre são atingidos.
Ainda que não tenha sabido ombrear com o nosso espaço, mas o Macro - é grande demais para ser opável por qualquer blog em Portugal, não deve nada a ninguém. Nem nutre pequenos ódios de estimação e/ou ressentimentos por qualquer player nacional. A crítica e a dialéctica socráticas, desde que fundamentada, aberta e garantida pelo jogo do contraditório, é sempre bem-vinda. É assim que se constroem as sociedades avançadas e modernas da contemporaneidade. E não há maior sinal de fraqueza e até de mesquinhez do que excluir aqueles que, directa ou indirectamente, regular ou pontualmente, até fazem melhor do que "nós". Naturalmente, isto também se aplica aqueles que, ao que parece, directa ou indirectamente - e de forma lamentável, visam limitar ou restringir aquele espaço de análise blogosférico.
Apenas ficou por determinar o essencial: o quê, quem e porquê - a ter algum fundamento - está interessado naquele alegado constrangimento de liberdade de expressão. Talvez não fosse marginal esclarecer isso, identificando, se possível, os neo-censores de serviço, senão alguém ainda mais inteligente, astuto ou esperto pode cogitar que se trata duma representação à camelot, traduzindo-se num lance de xadrez com um fito menos claro à vista. O que seria pior a emenda do que o soneto..
Na vida temos sempre de supôr que "são os outros" que são mais inteligentes, astutos e até espertos que nós próprios. Infelizmente, pela tal falta de preparação cultural, de civismo e até de boa convivência entre os homens (porque a inveja ou outro pecado capital espreita sempre) - regras que só se aprendem em pequenino, cai-se sempre no erro inverso. O erro do narciso que se apaixonou pelo seu próprio reflexo.
Para "matar o narciso" - desnude-se, portanto, quem são esses falsários (soi-disant "fascistas") ou molas constritoras que pretendem silenciar um espaço de análise tão útil quanto criativo e necessário em Portugal como é O jumento.
Também (essas alegadas) gibóias que tentam impôr a sua censurazinha à blogosfera, cerceando-a pelos aneis constritores - têm os seus pontos fracos...
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