A Política, hoje... [geração de valor]
Eis uma imagem da Grécia antiga... Mas poderia bem povoar o nosso imaginário num dos vários miradouros de Lisboa, essa maravilhosa cidade das 7 colinas (ou mais) que é a nossa já cantada por Ulisses: como mito, como realidade e, hoje, também equacionada como memória para todos nós - que ainda temos (alguma) memória. Mas se a Política passa por um trabalho de prospectiva e planeamento permanentes, a nossa época é o tempo da valia, i.é, importa saber como criar valor em qualquer actividade: na economia e, por maioria de razão, na esfera política - que depois empresta ideias, planos de negócio para a economia concretizar através de empresas. Logo, se não conseguirmos criar um produto da mais alta qualidade ao preço mais baixo do mundo, somos atirados borda-fora do campo do jogo económico, político e até social - porque finda o terreno fértil de aceitação que antes impunha a regra do jogo. É perante este colete-de-forças que se coloca a questão de saber qual a melhor maneira de "fazer" política, de "fazer" economia. E parece que naquele caso a coisa passa pela geração constante de ideias para resolver problemas comuns, neste, no terreno da economia, da escolha dos meios de dar mais às populações por menos. Significa isto que a Política - hoje - como antes - sempre passou por essa geração de valor, portadora de um benefício concreto, presente ou futuro para o bem comum, e guiado por uma razão maior, um desígnio que serve de guia para a acção. Tudo coisas simples, mas nem sempre fáceis de atingir. Pois a qualidade das ideias, a fiabilidade da sua formulação, a durabilidade dos seus efeitos, a segurança para as populações - tudo isso são factores difíceis de alcançar. Seja na política nacional, seja ao nível do governo de proximidade na esfera do Poder local. Hoje, como antes, a Política é o que é: uma actividade nobre. Mas hoje o ciclo de vida dessa nobreza esgota-se mais depressa. Seja pela complexidade dos problemas (que carecem de novas soluões), seja pela aceleração social da vida moderna, seja pelo aumento da consciência, conhecimento e exigência das populações relativamente aos problemas comuns da polis. É todo esse quadro de complexidade e incerteza que nos obriga a sermos cada vez mais vigilantes e a conspirar em nome de um futuro melhor.
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