sexta-feira

Manuela Ferreira Leite anda por aí...

COGITAÇÃO POLÍTICA NA SEQUÊNCIA DO VULGAR DISCURSO DA DAMA-DE-FERRO EM GUIMARÃES. ELA PROCURA A ENTRONIZAÇÃO, AFIAR AS ARMAS PARA ESFAQUEAR POLÍTICAMENTE O "BIRRENTO" SÓCRATES, MAS ACABARÁ FARPEADA PELO GUERRILHEIRO DO COSTUME: O TAL QUE ANDA POR AÍ E SÓ ENTRA NO CONGRESSO QUANDO TEM A CERTEZA QUE A SENHORA ACABARA DE FALAR. EIS A FUNÇÃO DOS ASSESSORES-ESPIAS DE LOPES, É PARA ISSO QUE SERVEM. SANTANA SE PRETENDIA SER SÓ MAL-EDUCADAO PODERIA TER FICADO EM CASA, NO SOFÁ, ATÉ PORQUE ESTÁ ENGRIPADO. MAS NÃO RESISTIU, A SER MAL-EDUCADO. E ASSIM SE FAZ POLÍTICA NA LAPA.
Ferreira leite é uma líder frouxa, sem chama, privada de visão intersectorial da governação da polís, coxa de qualquer ideia ou projecto para Portugal, marreca de desígnio nacional, uma espécie de burocrata do abismo que ainda não percebeu que a identidade do inimigo emana de dentro, é incerta e errática. Infelizmente, a guerra nunca foi frontal, e para cada Ferreira Leite há sempre um Santana lopes.
Leite, na gestão do seu abismo político, terá de enfrentar uma dura realidade: se Patinha Antão representa apenas 2500 almas penadas e será fácilmente absorvido por efeito de conversão a um qualquer gabinete de estudos agora a operar em prol de Leite, Lopes e Passos Coelhos - são um osso atravessado na faringe da dama-de-ferro - pois representam 2/3 do partido da Lapa (apesar de não serem votos aditivos). É muito peso, ou melhor é muito "osso" - para uma senhora a caminho dos 70 anos que (como se sabe, não tem o capital genético de Mário Soares), na realidade, nunca foi mais, nunca quis ser mais do que uma mera contabilista do cavaquismo, sem jeito para a política (e é isto que frustra S.Lopes - ao ver-se derrotado por uma mera contabilista...), obsecada que viveu pelo défice que estrangulou o empresariado nacional ao tempo do Governo Durão - hoje a "couve-flôr" de Bruxelas, o transmontano da Europa - que a tolhe e paralisa.
Leite - contará assim - com dois guerrilheiros de serviço até às legislativas de 2009: Passos Coelho - procurará cooperar sem fazer ondas, está dentro da tenda e procurará beber o cocktail da consagração da velha dama-de-ferro em Guimarães; Lopes, ao invés, tudo faz para ser o elefante na loja de porcelanas e pede aos amigos que lhe telefonem do congresso e o avisem do preciso momento em que leite termina de ler o papel para ele aparecer e os holofotes da câmara lhe fazerem a tangente ocular. Além de ridículo é lamentável.
Passos Coelho é assim uma espécie de guerrilheiro civilizado, urbano, domesticado, apadrinhado pelo eloquente Ângelo Correia - que acompanha a política interna seguindo as regras by the book; Santana, ao invés, continuará a andar por aí, doravante como um urso enfurecido a quem roubaram o salmão da Lapa - sempre disposto a minar o terreno àqueles que procuram a legitimação interna para, um dia, sonharem com o cadeirão de S. Bento - onde aquele instituíra o direito à sesta, sua grande inovação política no semestre mais negro da história democrática post-25 de Abril.
Mas o mais curioso é que enquanto este congressozinho de Guimarães ocorre, numa cidade grande, com alma e plena de história - que contrasta com a estatura política e intelectual minoca e franzina da sua principal oradora, Sócrates senta-se no lombo da Europa e propõe aos demais PMs um imposto "Robin dos Bosques" que incidirá sobre as receitas das empresas petrolíferas cujos proventos reverterão para a implementação de medidas de apoio social aos mais desfavorecidos e atingidos pela alta do ouro negro.
Procurei, farejei, perscrutei uma única ideia, uma única medida que dissesse aos 10 milhões de tugas que estava alí uma senhora capaz de fazer a diferença por Portugal, e apenas identifiquei o mote do "Acabou", a ideia de que Sócrates faz birra (e às vezes faz, aqui a dama acertou!!! - e o que é que Leite fazia quando era ministra das Finanças???) e, talvez, a noção de que aquele texto, demasiado vulgar para documento político de lançamento, fora escrito a quatro mãos: duas pelo lado do Vasco rato (que ainda não aprendeu a falar português e fala norte-"americâne" com sotaque "canadiane", desde o tempo da U. Lusíada) e as outras duas pelo lado do afilhado: o António Preto.
O resultado só pode ser mais um acidente na Lapa. Desta vez, curiosamente, no femenino. Que é como quem diz: numa versão de Cavaco à escocesa.
Assim, até dá vontade de dizer: venha de lá o Scotch whisky, para a mesa 4 da Lapa, on the rocks, please!!!