domingo

O Petróleo é hoje a nova religião. Falamos nele todos os dias

Durante centenas de anos libertámo-nos da sensação de andarmos perdidos, tomámos a vida nas mãos, laicizámos os nossos projectos e mandámos a padralhada e certa igreja e religião (que nada religava) às malvas. Concentramo-nos no trabalho, nas nossas capacidades, nas conquistas da C & T, investimos em I & D e lá melhorámos a situação de vida colectiva. Entretanto, sobreveio a dobra do milénio e o bug do Ano 2000 profetizava o pior. O pior revelou-se uma grande treta que nem computadores paralisou. O nosso centro de interesse foi-se transformando gradualmente numa preocupação, e assim nos perdemos a criar a tal segurança material, a segurança económica - para evitar as privações que os nossos progenitores passaram ao tempo das duas guerras globais no séc. XX findo (1914-18 e 1938-45). Trocámos essa segurança económica - (que também se revelou um rotundo fiasco) - pela segurança espiritual que havíamos perdido - e que era formulada na questão do porquê de estarmos vivos e o que andamos aqui a fazer do ponto de vista espiritual. Ora, esta deriva foi posta de parte e, hoje, nem segurança económica nem segurança espiritual, só nos resta falarmos dessa nova religião que é o petróleo - que nos leva a falar dele todos os dias. Creio que tal se deve à sua exótica e atraente cor bem como o prazer que ele nos suscita de ser pago diáriamente mais caro. Numa palavra: dantes trabalhava-se para atingir a segurança espiritual; depois para atingir a segurança material/económica; hoje trabalha-se para criar filas incríveis nos postos de abastecimento de combustíveis para meter derivados do petróleo nos veículos do nosso descontentamento. E o mais grave de tudo isto é que esquecemo-nos de que ainda não sabemos para que sobrevivemos. Será por causa dessa novel religião chamada Petróleo?! Terá sido esse o segredo de Fátima - cuja revelação os corruptos antidemocratas da OPEP hoje estão a desvendar!?