Autarquia assina protocolo com Associação Salvador para tornar Lisboa “uma cidade acessível para todos
No dia 30 de Abril, nos Paços do Concelho, foi assinado um protocolo de cooperação e parceria entre a autarquia lisboeta e a Associação Salvador.
A Associação Salvador é uma associação sem fins lucrativos que desenvolve o seu trabalho na área da deficiência e reabilitação, promovendo um conjunto de acções anuais com incidência na área do turismo e das acessibilidades. Assim, e porque é função do município assegurar o bem estar e a qualidade de vida da população de Lisboa, a autarquia compromete-se a melhorar as acessibilidades na cidade, bem como a divulgar junto do público a existência dessas acessibilidades.
O protocolo estabelece acções e projectos a desenvolver pela Associação Salvador, entre os quais incentivar e fomentar a adaptação dos táxis, e criar o site ‘Lisboa Acessível’, que disponibilizará um conjunto de informações sobre acessos e condições de utilização dos principais pontos turísticos da cidade de Lisboa.
É ainda objectivo deste protocolo criar um manual designado “Turismo para Todos”, com vista a complementar a formação dos profissionais de turismo, por forma a estarem preparados para lidar com turistas com deficiência ou mobilidade reduzida.
António Costa congratulou-se com a assinatura deste protocolo, sublinhando a necessidade de “tornar a cidade mais acessível a pessoas com dificuldades de locomoção. O direito à circulação é um direito do cidadão urbano, e a necessidade de mobilidade põe-se a todos, não só a pessoas portadoras de deficiência, que têm que se deslocar numa cadeira de rodas, mas também a pessoas que transportam carrinhos de bebé, ou que se deslocam com auxílio de muletas. É uma necessidade que se coloca a todos os que querem circular com melhor qualidade na cidade”, sublinhou.
O edil afirmou que a autarquia tem, neste momento, um plano de intervenção de melhoria das acessibilidades, "sendo evidente que nas zonas consolidadas, onde é preciso fazer um esforço de adaptação, é mais difícil do que nas zonas novas”.
Salvador Mendes de Almeida, fundador da Associação Salvador, considera que Lisboa “é uma das piores cidades europeias em termos de acessos”. O fundador, que ficou tetraplégico aos 16 anos em consequência de um acidente de viação, tem consciência que é “difícil adaptar toda a cidade num curto espaço de tempo, tem que ser um processo continuado”.
Quando questionado sobre em que zonas de Lisboa tem maior dificuldade de locomoção, Salvador respondeu que a pergunta deveria ser feita ao contrário, já que são menos as zonas de fácil acesso, tal como a zona da Expo, Docas, Av. de Roma, e Belém.
Salvador pretende utilizar o seu testemunho para alertar todos os que acham “que nunca lhes acontece a eles”, tentando fazer de Lisboa uma cidade acessível para que todas as pessoas com dificuldade de locomoção possam fazer a sua circulação livremente.
Obs: Há que começar por algum lado em matéria de criação de acessibilidades na cidade de Lisboa a fim de facilitar a circulação às pessoas com deficiência, sejam tretraplégicos, idosos, pessoas com carrinhos de bebé, pessoas acidentadas que se façam locomover com a assistência de muletas, etc. Lisboa, consabidamente, já é uma cidade difícil para aqueles que não têm nenhum daqueles problemas, mas este impulso através da autarquia de Lisboa e da Associação Salvador, cujo fundador é um exemplo de vida que a todos nos deverá fazer meditar, é uma feliz oportunidade para estimular a criação de algumas infra-estruturas necessárias a essa mobilidade bem como desenvolver toda uma cultura de apoio à pessoa com dificuldades transformando Lisboa numa cidade mais moderna e humana. A forma como a cidade trata estes problemas é também o eficiente indicador de desenvolvimento.
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