sábado

Convergência da direita - à esquerda do MR-Púm-Púm

No jogo da oferta e da procura política o único ponto para onde converge uma certa extrema-direita (dita civilizada) com uma certa extrema-esquerda (revolucionária, anárquica), é Sócrates. Ou seja, quer Portas quer Garcia Pereira, um expert em direito do trabalho pago a peso d´ouro - convergem no desejo de "matar políticamente" Sócrates. Se eles pudessem tirar as aspas, tirá-las-íam...
Explicito: Portas tem um problema que decorre duma impotência política crescente, não conseguir derrotar Sócrates na sede parlamentar, síndrome, aliás, de que se ressente Lopes, Santana Lopes - o "elefante branco" da política à portuguesa". Essa impotência gera uma doença, uma obsessão pelo poder que não se consegue capturar, daí a técnica da derivação, escolha do alvo e disparo. Em quem? No ministro da Agricultura, Jaime Silva, por sinal, com um perfil distinto, ao jeito aristocrático - com quem, provavelmente, mais Portas se identifica, por isso o elegeu como alvo.
De Garcia Pereira lembro-me de duas coisas: há anos precisei de um advogado, não certamente para me defender de alegados casos de corrupção ou de receber dinheiro de mortos como se fosse uma urna partidária que dorme com a banca, e lembro-me que então, por volta de 2003, já a consulta jurídica rondava os 130 euros.
Disse cá para os meus botões: "à ganda Garcia, és um verdadeiro MR-Púm-Púm na teoria, mas na prática filias-te na tradição judaico-Soriana (leia-se, de George Soros), com barquinho à vela na doca de Belém, e tudo". Pois, faz ele muito bem. A brisa do mar purifica e ajuda a esquecer os pecados resultantes das incorências doutrinárias...
O 2º episódio que me evoca este personagem tão paradoxal quanto políticamente estéril, foi o facto de o mesmo Garcia, ter, aqui há uns anos largos, em plena Praça de Londres, em Lisboa, e em ambiente de campanha eleitoral (legislativas) - ter-se referido a Cavaco Silva como sendo "o escarro da democracia". Situação bem mais grave do que esta do "calote ou do caloteiro" da autoria do sr. Portas, também conhecido pelo Paulinho das feiras e da lavoura - naquele seu habitual registo cínico complementado pelo beijo ao idoso nos lares de Terceira Idade em contexto eleitoral.
Então tinha um amigo que também coleccionava piadas de mau cheiro, e lembro-me que passámos temporadas no Liceu a repetir esta frase: o escarro da democracia. Mais: todos aqueles colegas de turma que tirassem nota inferior a 15 Val. a Filosofia eram cunhados, "garcianamente", uns escarros da democracia. A moda pegou..., e até a professora da disciplina ironizava a expressão sem, contudo, ferir a susceptibilidade de algum aluno. Era um fartote. Bons tempos. Tudo à boleia, claro está, da miserável imaginação política e conceptual do dr. Garcia, que deve ter lido os livros que Cunhal rejeitou.
Mas esta expressão: "escarro da democracia", - talvez seja passível de um verdadeiro processo por injúrias, difamação ou calúnia ou, tão só, de mau gosto e de impotência política, como denota Paulo portas no ataque que fez ao ministro da Agricultura que se defendeu com bastante fair-play e até ironia queirosiana. Qualquer Juíz se rirá deste caso rocambulesco que decorre do capricho de um perdedor da política.
O problema é que o locatário do Largo do Caldas, que não sabe estar na política em democracaia, tem atitudes vingativas, denota mau perder, e já nem se lembra da sua biografia persecutória no Indy, no que fez e disse dos ministros de Cavaco Silva, nas carreiras que destruiu, nas pessoas que humilhou (até os pais de Macário Correia - gente do povo simples e humilde - apareceram no jonal, com o intuito de os achincalhar) nos processos por que teve de responder em Tribunal, nas indemnizações que teve de pagar, etc, etc, etc, etc, etc, etc...
Espero que o dr. "Cavaco e Silva", como alguns MR-Púm-Púns serôdiamente diziam, não leia este blog, porque se ler ainda põe a mão na testa, recupera a memória e confidencia à Maria:
"e se nós púsessemos também um processo ao Garcia Pereira por me ter chamado um escarro da democracia, escolhendo como advogado o dr. Nobre Guedes!!!
Perante esta opereta bufa salteada por drama jocosos, até apetece citar um personagem bem à altura do evento, o Alberto João da Madeira: "isto tá tudo grosso"...
Adenda: Se o Paulinho me quiser processar..., óptimo, escolherei o dr. Telmo para me representar. Mas com uma condição: se for graciosamente, atendendo ao aperto político de casino-Royal e socioeleitoral que o Caldas vive, encontrando-se à beira da extinção em Portugal.
Qualquer dia o dr. Portas já nem quadros tem para tirar das pobres paredes do Largo do Caldas. Até contra os "seus" ele tem sido o pior dos inimigos internos: Diogo Freitas do Amaral e Ribeiro e Castro que o digam... Basta rever a memória.
É óbvio que em relação a esta deficiente liderança é a História que o irá julgar, e não este ou aquele advogado que só pensa em dinheiro e sound bites para aparecer na tv à hora dos telejornais. Pensando assim que a mistura explosiva da extrema direita com a extrema esquerda irá dar alguns frutos políticos, enquanto que, na realidade, ele se implodirá.