O PSD por dentro
O que disse Cavaco quando soube que Barroso ia para Bruxelas.
A história do PSD é tensa, cruzada de paixões, intriga e traições. Entre Sá Carneiro fundador e Cavaco presidente, 33 anos passaram.
Na noite de 21 de Junho de 2004 – cinco dias antes de o país ser oficialmente informado de que a Comissão Europeia teria um novo presidente chamado José Manuel Durão Barroso –, Cavaco Silva soube, quase por acaso, da inopinada partida de Durão para Bruxelas. E ficou branco como a cal.
Jantando com ele nessa noite em casa de amigos comuns, pude testemunhar o grau de total ignorância em que se encontrava o antigo primeiro-ministro sobre os ideais europeus do seu antigo pupilo. “Mas isso significa entregar o país a Santana Lopes e a Paulo Portas...!” exclamara Cavaco Silva logo após um dos presentes – informado da notícia, via Bruxelas, nessa mesma tarde – ter lançado para o ar do jardim onde se jantava, a bomba atómica da partida de Durão Barroso.
A estranheza de Cavaco era total, a aflição, pior. Saiu dali subitamente envelhecido: Portugal naquelas mãos?
Como sempre era o país que o interpelava. Nem por um minuto pensou no seu partido, mas ter- -se-á talvez lembrado de Sá Carneiro que também costumava dizer “primeiro o país, depois o Governo, só depois o partido”.
Mas nem sempre fora assim, que a história do PSD, tão tensa quanto densa, cruzada de paixões, intriga e sobressalto e feita de divisões e traições, é vasta e vária.
Numa altura em que mais uma vez se põe em questão o futuro do partido e se discute a bondade da sua actual liderança, pareceu-me oportuno proceder a uma breve revisão da matéria. Retendo um pouco do que foi a história deste partido mais português do que qualquer um dos outros, parando nos nomes e rostos que escreveram essa saga, evocando a impressiva marca por ele deixada na nossa caminhada colectiva.
E sublinhando, finalmente, a tão nítida impressão digital por ele deixada nas diversas governações que assinou.
Era uma vez...
Maria João Avillez – Diário Económico (20.12.2007)
Obs: Digamos que o psd sempre foi um partido - "partido" que tritura os seus próprios filhos nos momentos críticos e, por vezes, entrega as elevadas responsabilidades da nação ao figurante mais impreparado técnica e políticamente que existe no mercado político, como santana. Isto decorre assim porque há uma inversão da fórmula defendida por Francisco Sá Carneiro, pois segundo a dupla maravilha de irmãos-inimigos de Durão&Santana - primeiro está o partido, depois o governo e, só em 3º lugar, o País. Por outro lado o psd, nesta última década, transformou-se naquilo que poderemos designar um albergue espanhol: abre a pernas e mete tudo lá para dentro. Um dia ainda veremos este psd apoiar a Zita Seàbra paea Belém, pois até se já Santana foi PM, doravante tudo será possível!!!
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