O empreendedorismo
Por referência ao post infra sobre uma iniciativa de formação em Empreendedorismo num conjunto de escolas no país a fim de estimular a livre iniciativa nos jovens, deixamos aqui umas notas suplementares que poderão promover esse esprit empresarial junto de professores e alunos e, mais tarde, junto de jovens empresários e sociedade que descobriram as suas saídas de negócio, identificaram os seus nichos de mercado, alguns até conquistaram as suas fortunas e construirão os seus impérios..
Mas nessa senda há uma trajectória a percorrer, um caminho a trilhar que passa por ter uma concepção da administração desburocratizada que facilite a vida aos empresários, acelere os mecanismos de financiamento, fomente a partilha de riscos e de informação entre o sector público e privado e, desse modo, valorizar o espírito empresarial.
O trade-of de conhecimentos, a valorização da tecnologia, a intensificação das redes de informação especializada, a existência de parques de C & T - tudo isso valoriza uma cultura empresarial e formata mentalidades desde cedo. Com esse espírito nas escolas, na família, na sociedade fomenta-se uma cultura de diálogo entre pais e filhos, professores e alunos, agentes sociais em geral. Mais erros e ideias emergem, mais discussões se travam na escola e na sociedade. Gradualmente, abre-se a possibilidade de se criarem novas condições para atrair investimentos, partilhar novos conhecimentos, diversificar fontes, dinamizar actividades de base tecnológica interferindo com todo o tecido económico e social de um País.
Nessa óptica valerá a pena desenvolver experiências de empreendedorismo em escolas secundárias cujo fito também é promover uma cultura de investigação tecnológica ou maturar melhor uma ideia de negócio e integrá-la na região onde se insere. Ensinar essas técnicas, esses métodos, incutir esta cultura empreendedora a um rapaz de 15 anos não é bem a mesma coisa do que ensair essa tentativa quando os alunos já estão na faculdade, uma década de depois.
Por isso, achei interessante essa iniciativa em algumas escolas do País. As certezas de hoje podem ser os absurdos do amanhã, e o trabalho mais importante de um executivo é o de identificar mudanças que já aconteceram. Sendo certo que a longo prazo, como diria Keynes, estaremos todos mortos. Logo, só tem futuro a longo prazo quem souber gerir, ao mesmo tempo, o curto prazo. Quem nos garante a nós que desses 4 mil alunos e 200 professores não sairão inúmeros empresários de sucesso daqui por uma década que irão ter um forte impacto no Pib do país e no tecido das PMEs em Portugal. Daí a grande utilidade dessa iniciativa nas escolas e nas universidades, embora quanto mais cedo essas experiências tiverem lugar melhor. Não nos podemos esquecer que o nosso empresariado ainda é muito dependente do Estado, e quando chove insegurança a maior parte das pessoas abre o guarda-chuva para se proteger, como quem pede auxílio ao Estado. Mas outros usam a colher que fazem intervir num foco de opor. Estes foram mais ousados, por isso tiveram também mais sorte na sua empresa.
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