Meneses volta a editar a sua fórmula sulistas vs nortistas, agora na Capital
ESTE MENESES NÃO APRENDEU NADA COM O PASSADO... NEM COM MMENDES (AO TELECOMANDAR CARMONA) NEM COM ELE PRÓPRIO
Empréstimo da Câmara de Lisboa chumbado por ordem de Menezes
30.11.2007, Margarida Gomes e Ana Henriques,in Público
É hora de contar espingardas: basta quatro dos 56 deputados "laranja" desobedecerem na terça-feira para empréstimo ir por diante
Apesar de não terem passado sequer cinco meses sobre as últimas eleições para a Câmara de Lisboa, a lei permite que elas se voltem a realizar a partir de Janeiro próximo e até seis meses antes da data inicialmente prevista para elas, ou seja, até Abril de 2009. Para poder haver eleições, não terá de ser apenas o presidente da autarquia a abandonar o cargo. Com a actual composição do executivo camarário, é preciso que todos os vereadores do PS renunciem igualmente aos seus mandatos. Na possibilidade remota de ser apenas António Costa a ir-se embora, o arquitecto Manuel Salgado, número dois na lista do PS, torna-se seu sucessor e a câmara mantém-se de pé.
A Câmara de Lisboa está de novo mergulhada numa crise. António Costa ameaçou demitir-se, colocando o ónus da instabilidade no PSD, mas Luís Filipe Menezes não quer que os socialistas cavalguem esta onda, tomando as rédeas desta nova crise. A decisão do líder do PSD levou já a que os vereadores sociais-democratas de Lisboa mudassem de discurso em relação ao sentido de voto na aprovação de um empréstimo no valor de 500 milhões de euros para saldar as dívidas que a autarquia tem relativamente a fornecedores. É que Menezes não estará disponível para permitir que António Costa tenha um estatuto diferente do resto dos autarcas do país.
O presidente do PDS (que lidera uma das autarquias - Gaia - mais endividadas do país) está a acompanhar a par e passo a situação na Câmara de Lisboa para que a sua estratégia vingue. As orientações que terá dado é para os deputados municipais do seu partido votarem contra o empréstimo. Resta, porém, saber se, na próxima terça-feira, quando a proposta for apreciada, vai contar com todos eles para inviabilizar a operação bancária, que a maioria das restantes forças políticas aceita ser necessária para o município pôr as contas em dia.
Numa questão de horas os autarcas do PSD de Lisboa mudaram de discurso. As críticas parciais que tinham feito à proposta da maioria socialista que governa o município - os sociais-democratas disseram que viabilizariam um empréstimo de 400 milhões mas não 500, já que as dívidas em causa não totalizarão mais de 360 milhões - passaram de repente a um "não" rotundo, que havia de apanhar tudo e todos de surpresa, anteontem, quando o assunto foi a votos na reunião de câmara.
O discurso mudou depois de Menezes e o líder da distrital, Carlos Carreiras, terem chamado o vereador que encabeça a lista social-democrata, Fernando Negrão, e o seu homólogo na assembleia municipal, Saldanha Serra, para conversar. Em vez de apresentarem na câmara uma proposta alternativa ou de se absterem, como, aliás, já haviam feito sobre a mesma matéria há cerca de dois meses, quando o plano de saneamento financeiro foi apresentado, os três vereadores viram-se obrigados a votar contra o empréstimo, por uma questão de disciplina partidária. Votaram vencidos, uma vez que não têm maioria neste órgão, mas a decisão final cabe agora à assembleia municipal, onde o PSD tem maioria absoluta.
É hora de contar espingardas: basta quatro dos 56 deputados "laranja" desobedecerem e os restantes partidos apoiarem o empréstimo para a proposta do PS ser aprovada. E há quem não ponha de lado fazê-lo, sendo possível que a própria presidente da assembleia, a social-democrata Paula Teixeira da Cruz, enverede por esse caminho. O empréstimo é a 12 anos e inclui uma segunda tranche de 140 milhões destinada a fazer face a eventuais condenações da câmara em tribunal e outras despesas imprevisíveis.
O presidente da distrital do PSD, Carlos Carreras, disse que o partido não vai ceder nesta questão e que não se "deixará condicionar por qualquer tipo de chantagem". Carreras desafia, de resto, António Costa a escalonar todas as dívidas, exigindo mesmo que lhes seja facultado um plano do pagamento de saneamento financeiro relativamente às empresas municipais e intermunicipais que são credoras da autarquia. Argumenta, por outro lado, que o PSD não pode ficar amarrado à votação deste empréstimo - que, assegura, será chumbado pelo Tribunal de Contas por conter irregularidades.
Obs:
1. Meneses, ao instigar e ao telecomandar esta mini-crise em Lisboa revela mau carácter, inveja, personalidade border-line e uma incomensurável vontade de se imiscuir nos assuntos autárquicos em vez de se concentrar na construção duma oposição credível no plano nacional;
2. Meneses telecomanda a maioria absoluta duma Assembleia Municipal sem real legitimidade popular para sabutar o funcionamento da capital do País e, assim, tentar instabilizar a vida ao PS e ao PM, Sócrates - que não consegue por outro meio. Dizem que é o seu magno objectivo, o seu grande plano, a sua missão;
3. Meneses reedita na capital aquilo que foi a sua lamentável fórmula por que ficou conhecido e só não foi sovado porque beneficiou da protecção da segurança: sulistas vs nortistas, agora em versão de poder local na capital;
4. Meneses nem sequer vota em Lisboa e, segundo creio, é presidente-fantasma duma das principais autarquias mais endividadas do País, o que constitui outro péssimo exemplo;
5. Por tudo isso, Meneses é um herói sem missão, um figurante político em busca de registo histórico, um actor menor sem guião, um homem desatinado que não sabe o que quer, e como não sabe o que quer arranjou um incêndio em Lisboa para se iluminar, só que o tiro pode sair-lhe pela culatra e chamuscar-se.
Esperemos que pague politicamente essa factura. É que Lisboa não é a sua xafarica nem uma coutada de ninguém, muito menos de um político demagogo e populista que tem da política uma visão sectária e mesquinha. Argumentos, de resto, esgrimidos para bater o seu colega de partido, MMendes, que só venceu com a compra de votos desse "elefante branco" da política lusa que dá pelo nome de Santa Lopes - que hoje, literalmente, "apanha-bonés" na bancada para-lamentar do spd.
Já agora, onde é que andará Santana Lopes no meio desta crise!? Estará trancado na garagem da autarquia ou na dispensa do Parlamento...
Se o Sá Carneiro cá regressasse por 20 min. e visse no que se transformou este miserável psd morreria duas vezes, ambas de desgosto.
Será melhor deixá-lo em paz... ante estes "mortos-vivos" da política à portuguesa que não desistem de penalizar Lisboa e os interesses legítimos dos que cá vivem..
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