terça-feira

A cambalhota do psd de Meneses e dos menesinhos em Lisboa

A especialidade gastronómica deste PSD é abster-se de votar propostas que ele próprio apresenta. Faz a cambalhota, e faz lembrar também alguns takes nos filmes de Woody Allen - quando contracena takes mais eróticos, em que a mulher espera que ele avance, e Woody lembra-se de ir à prateleira apanhar a enciclopédia para ver o significado da palavra ejaculação precoce. É isto que o psd de Meneses faz hoje na política à portuguesa.
Ou seja, "nem faz política nem sai de cima... "

Basta lembrar a forma desleal e meio canalha como Meneses farpeou MMendes, então presidente do psd, na questão da autarquia de Lisboa então liderada pelo independente Carmona, para percebermos como Meneses parasitou o nó górdio da capital, já que desse desfecho dependia directamente a sua ascenção política na própria liderança do psd, conforme sucedeu. Dito doutro modo: Meneses deve a sua vitória no psd à derrota de Lisboa de Carmona que foi, como se sabe, uma aposta/imposição de MMendes contra o aparelho do partido.

Nessa sequência houve eleições intercalares e o psd perdeu Lisboa para o PS de António Costa. A frustração de Meneses aumentou, de modo que a questão de Lisboa para este médico perdido na política sempre foi uma questão vital. Tanto mais que a destruição política de Mendes e o afogamento de Carmona insuflaram os pulmõesinhos de Meneses - que mal respira, pois como sabemos ele é o lider em partime duma das mais endividadas autarquias do país. E amanhã a questão que hoje se coloca na capital pode colocar-se em V.N. de Gaia, embora dura lex sed lex..

Mas hoje chegou-se a um consenso: António Costa tirou 100ME à sua proposta e Meneses sentiu-se premiado e mandou dizer aos seus boys deslocados na Av. de Roma que aceitassem a dita e viabilizassem o empréstimo que, afinal, nem para pagar os calotes de santana e carmona chegam. Eis o caricato da questão...

Mas mais caricato ainda foi o dito psd de menesinhos ter-se abstido de votar a proposta de que foi autor. Isto é uma coisa verdadeiramente surrealista, algo do outro mundo, algo proveniente de V.N. de Gaia... OU será um fenómeno do Entroncamento!!!

Por outro lado, estes "jogos florais" denunciaram os métodos sovinas e de pai tirano deste psd, ou seja, reduzem a democracia a uma mera questão de dinheiro vivo e, ainda por cima, são estúpidos, pois da amputação desses 100ME (que obrigaram o PS a abdicar na barganha política) ainda poderiam beneficiar os lisboetas. Como?! É simples: ao fim e ao cabo das 53 Juntas de Freguesia da capital - 33 são lideradas por presidentes de junta do PSD, 12 do PS e 8 do PCP. Assim, os 400ME - que já não chegam para pagar todas as dívidas, afectam, por maioria de razão, os autarcas do psd na capital. Mas se calhar sou eu que sou estúpido e estou a ver o película ao contrário. Não daria para assessor do Meneses, que só deve ter gente qualificada..

Será caso para perguntar se Meneses também se licenciou em medicina na UnI... Ou tirou o curso de aritmética na Universidade de Salamanca por correspondência com uma bolsa paga pelo bcp/millenium Opus dei.. Seja como for, este jogo floral imposto pelo cacique-mor da Distrital da Junqueira (um tal Carréras) - que alí se encontrava para velar pela disciplina de ferro dos seus presidentesinhos de junta - revela uma concepção mesquinha, medíocre e de contabilidade de merceeiro que Meneses, Angelo e Santana Lopes têm da política portuguesa. Alguém está a ver esta gente amanhã em S. Bento a governar o País?! Eu não estou...

Por isso, razão tem António Costa ao sublinhar que «não pode haver uma posição das juntas, da assembleia e das direcções nacionais», referindo-se às duas propostas distintas que foram apresentadas pelo PSD.

Embora seja esta dualidade, esta esquizofrenia e polaridade aguda que hoje pauta a conduta política deste psd, que é a coisa mais errática que aterrou na Lapa desde que Santana de lá saíu. Aliás, tenho para mim que quer santana quer Meneses são as duas faces da mesma moeda, são dois erros de casting na política nacional. A leveza e a insustentabilidade de ambos revela uma terrível falta de princípios, de valores e de coerência que a política, a actividade mais nobre de todas, deveria ser portadora. E com eles, lamentavelmente, não é.

Com estes figurantes a política não passa dum jogo floral do "toma-lá-dá-cá", sendo certo que, de caminho, não hesitarão em instrumentalizar o bastião da Assembleia Municipal (onde detêm uma maioria absoluta anacrónica e artificial) para paralisar a vida na capital.

Por isso temos dito aqui abundantemente (nos posts infra) que Meneses é um herói sem missão, um figurante sem guião, um homensinho político sem finalidade pública. O que ele ganhou foi uma semana de fama nos noticiários, mas pelos piores motivos. E assim os lisboetas, mas também os tugas em geral, ficaram a saber por que valores e princípios este Meneses se rege, razão mais do que suficiente para ele não ter qualquer hipótese em chegar à cadeira de S. Bento em 2009.

Tenho para mim que um dia destes até a população de V. N. de Gaia o rejeita no meio de tantas cambalhotas políticas. Pergunto-me, afinal, quem é este Meneses (igual ao de 1995 no Congresso do Coliseu - nortistas, elitistas e sulistas): se o toureiro, se o touro...

PS: Dedicamos este post a Lisboa e aos lisboetas - para que no seu íntimo eles se vejam livres da mediocridade que, por vezes, demanda a capital pelas nortadas sopradas da Lapa via Gaia com maus cheiros de Cascais.

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Vemos aqui Miguel Coelho do PS que, em abono da verdade e por mérito próprio, fez aquilo que, na gíria, poderemos dizer: "dar baile" em política. Foi o que fez na tarde de ontem quando se discutia a votação de proposta do empréstimo que o psd vem chantageando há umas semanas a esta parte a capital e cujo epílogo ontem se conheceu. Nem era preciso tanto, pois quando se tem a razão política também se tem a razão parlamentar, e quando se tem ambas também se disfruta da razão moral ou ética, hoje rara em política. Diria que, depois de António Costa, o grande vencedor político de todo esse lamentável processo imputado à irresponsabilidade do psd de Meneses - Miguel Coelho foi o homem da tarde.