O bem comum em Lisboa e a má fé do psd de Meneses...
Aristóteles
Entre hoje e amanhã resolver-se-á a crise artificial gerada pelo psd de Meneses - esse herói sem missão em busca de protagonismo - que telecomanda uma Assembleia Municipal tão fantoche quanto maquiavélica, visto que não hesita instabilizar o Executivo legítimo em funções para impor a sua visão mesquinha na capital. E tudo por causa da inveja, da gula e de outros pecados capitais que o psd de Meneses não sabe gerir, e que se agravaram após a perda da autarquia para as mãos do PS na sequência do desaire de Carmona atado de pés e mãos por um psd sem projecto e sistemáticamente interferente, então liderado por MMendes.
Desde o início, portanto, que Meneses é essa cabeça da hidra que após instabilizar o seu partido pretende agora incendiar a capital, ameaçando vetar uma proposta vital para a cidade em nome do seu umbigo, do seu partido e da entourage que o segue em busca de protagonismo, sedento que está de poder.
É óbvio que qualquer que seja a saída para esta crise artificial, este psd de Meneses sairá sempre cilindrado, seja no plano local, seja no plano nacional. Ou seja, nem Lisboa será governada pelo psd de Meneses nos próximos anos, nem a Evita de Gaia será PM. Aliás, se isso acontecesse teríamos todos de perguntar onde ficaria o exílio... Alguém que recorre a estes métodos terceiro-mundistas e chantagistas nem na África Negra já deverá ter aceitação. Razão por que Meneses é já um produto político fora de prazo, a sua dimensão é bairrista, sectária e mesquinha.
Aparte estas intrigas e fome de poder verdadeiramente canibal que nutre a acção política de Meneses, esse figurante menor da política lusa em busca de guião, está a violação do conceito de estabilidade política que Lisboa tanto precisava, tal como um doente carece da sua saúde para fazer a sua vida normal. Então se a medicina tende para que o doente recupere a saúde, a política na capital precisava de um ambiente de estabilidade política, e não esta paz podre instigada pela Lapa e retransmitida por Meneses aos seus boys na AML - que entre hoje e amanhã ameaçam subverter as regras da democracia e o rule of law, pois todos sabemos que a maioria absoluta retida na AM não tem hoje nenhuma legitimidade popular, ela apenas decorre duma lei velha e anacrónica (entretanto substituída) e que foi inseminada no laboratório do Júlio de Matos da política - que hoje parceriza com esta fraca liderança do psd.
A ideia de bem comum (de Aristóteles) para Meneses não existe, o que existe em Meneses é uma concepção terrorista da política local que serve, no seu entendimento, os seus objectivos nacionais. Pura ilusão!!! Meneses é tão falho de massa cinzenta que nem pensa duas vezes, pois até como autarca ele deveria equacionar melhor a chantagem que desencadeou, sendo certo que amanhã ele próprio, na qualidade de autarca, poderá ver chumbado um empréstimo semelhante junto do Tribunal de Contas, pois não nos podemos esquecer que V.N. de Gaia é uma das autarquias do País com um maior passivo. Mas isto pouco ou nada interessa a um Meneses populista e demagogo que agora secunda Santana na arte do incêndio político com fins meramente partidários.
De modo que haverá neste casus belli artificial dois (ou três) cenários:
1. O psd ajusta-se à racionalidade da proposta do PS, porque dela resulta o saneamento da autarquia e uma ideia de sustentabilidade para a cidade;
2. O psd continua a deitar "gasolina de avião" para o incêndio que gerou em Lisboa através da sua AM ilegítima, por isso não quiseram eleições para esse órgão em Julho último, e haverá novas eleições intercalares - sendo o psd responsável por esse erro e custos;
3. Ou haverá um tercium genius visando o compromisso - que deve ser rejeitada, sobretudo pela má fé deste psd em todo este processo. Geraram o passivo, agravaram-no e, por isso, não têm nenhuma legitimidade para alterar um concurso (nem do ponto de vista formal, pois essa é uma competência exclusiva do Executivo) para renegociar os termos e o valor de um empréstimo que, já de si, oferece condições e taxas de juro francamente favoráveis à autarquia.
Para uns o fim da associação política é a ordem, o progresso, o desenvolvimento, para outros é a instabilidade, o conflito e o caos. Eis a ideia de "felicidade" de Meneses que ele deve ter aprendido na sua terra e que agora pretende aplicar na capital onde ele nem sequer vota.
Ao fim e ao cabo, Meneses trata Lisboa como tratou o seu correlegionário de partido, MMendes - que ele só venceu comprando os votos ao Santana que teve, como contrapartida, a bancada "para-lamentar". Confesso aqui que estas negociatas de bastidores chocam as pessoas que ainda têm da política uma ideia idílica e que ela é uma actividade nobre, idealista e posta ao serviço da comunidade para se atingir o tal bem comum que, em Lisboa, seria governar segundo os resultados eleitorais e de acordo com os programas políticos das respectivas forças partidárias.
Mas em todos os canteiros existe sempre uma erva daninha cuja missão é impedir que a flor nasça, progrida e se desenvolva.
Contudo, estou convencido que Lisboa, os lisboetas, saberão dar a resposta adequada a esse projecto político chamado meneses que um dias só não foi literalmente sovado num congresso do seu próprio partido, em 1995, porque a segurança o protegeu a tempo.
Duvido que Lisboa, neste gó górdio, seja tão complacente com ele... Além de que Sócrates nem terá de se preocupar com a oposição, ainda que ela exista mas com outro nome, chama-se Anacleto Louçã.
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