domingo

Sinistralidade e Canibalismo político: dois novos conceitos a integrar a nova gramática política

Pico esta imagem ao blog jumento para derivar para outro contexto. Um contexto povoado de conceitos que visam cobrir e explicar realidades emergentes, e nos últimos tempos Portugal testemunhou a emergência de dois novos conceitos que a Ciência Política, que é uma ciência dinâmica (ao contrário do Direito que opera com normas, logo a parte estática da realidade) irá tratar, sedimentar e sistematizar na sua novel gramática política (que está sempre em gestação) - e que varia em função da riqueza (e diversidade) sociológica das sociedades.
Desta feita, o regresso de Santana Lopes à cena pública, designadamente ao Parlamento, como que se impondo à novel "liderança" da Evita de Gaia, revela um conjunto de acidentes politicos que se sudecem no tempo a uma velocidade estonteante que têm um efeito pernicioso na sociedade, sobretudo porque ainda está fresca a sua péssima prestação em S. Bento onde, aliás, nunca lá deveria ter estado por manifesta impreparação técnica, política e intelectual. Dessa prestação de horrores, desde logo pela tomada de posse a toque de lexotan, continuada depois nos meses de (des)governação entre os seus indisciplinados ministro - que se agrediam e traíam diáriamente - resultou um conceito emergente (não coberto pela Ok-Teleseguro) que aqui codificamos como Sinistralidade Política. Carece de amadurecimento para entrar, definitivamente, no novo léxico político.

Luís Filipe Menezes - 1995

Vamos agora ao Meneses e ao conceito que ele personifica a avaliar pelas suas lamentáveis prestações, locais e nacionais. Na captura do poder do seu próprio partido, Meneses não hesitou em ofender, humilhar e difamar MMendes. Recorreu à insídia e ao insulto como forma de fazer política, regressou aos velhos tempos do PREC, e reentrou, no fundo, naquele seu registo tripeiro e vulgar consunstanciado na fórmula que o ia matando em directo ante as multidões em fúria do seu próprio partido quando vociferou aquela sua frase: sulistas contra nortistas - que hoje parece ganhar actualização litigante na CML ao inviabilizar a proposta de empréstimo para liquidar o passivo que os seus colegas de partido geraram e agravaram nos últimos anos.
Neste sentido, Meneses revela que jamais hesitará em trucidar quem estiver ao seu lado para alimentar a sua própria máquina, entourage e ego. Fê-lo no seio do seu próprio partido, coligando-se, para o efeito, com Santana (comprando-lhe os votos para destronar MMendes), e está agora a fazê-lo no seio da autarquia de Lisboa - através duma Assembleia Municipal fantasma - sem legitimidade política - mas que ele instrumentaliza a seu belo-prazer para bloquear a vida na capital e criar um engulho à governação nacional.
Esta motivação, esta práxis política entronca no conceito de Canibalismo Político que lhe assenta que nem uma luva, já que Meneses julga que quanto mais conflitualidade e xarivari criar em seu redor, ainda que de forma artificial e através de órgaõs sem legitimidade popular substantiva, mais notoriedade arrecada para o seu partidozinho e, desse modo, se prestigia e se credibiliza junto do eleitorado e mais facilmente ocupa o cadeirão de S. Bento. Pura ilusão!!!
Por este andar, meneses ainda cai da cadeira da Lapa mais cedo do que pensa e em 2009, provavelmente, até já nem é ele que competirá contra Sócrates para disputar as próximas eleições legislativas de que sairá o novo PM de Portugal.
Temos, portanto, dois homens, dois conceitos a informar a nova gramática política: Santana corporiza o conceito de sinistralidade política, Meneses personifica o conceito de canibalismo político, no meio está um macaco, reagente da fórmula que faz funcionar aquela frágil mola entre a Lapa, o hemiciclo e V.N de Gaia.
Um dia falaremos aqui do eloquente Ângelo Correias ..., a 2ª cabeça da hidra nesta mini-crise artificial em Lisboa.
luís filipe meneses