domingo

Socas e o referendo... Governar é uma arte de surpreender e uma técnica de realizar

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Imagem amavelmente esbulhado ao Jumento
Todos nós sabemos que Sócrates tem duas características que fazem dele um político já com dimensão de estadista: tem faro político e é persistente e determinado e tem, igualmente, uma enorme capacidade de trabalho e uma extraordinária capacidade de decisão, ao invés de Guterres que era muito mais lento a decidir, mas mais denso no estudo das questões e na equação dos problemas e das opções para eles.
Por outro lado, quem não se lembra das calinadas que Marcelo dizia de Sócrates na tvi..., que este só sabia falar através do teleponto. Se Marcelo estivesse no poder muito provavelmente ainda estaríamos a decidir a aliança com o Paulinho Portas e alguma intriga política entre a Lapa, o Largo do Caldas, S. Bento e Belém, com uma vichisoise pelo meio - indigestas ao Paulinho da lavoura que hoje é algo diferente que não se sabe bem o que é, mas só assumiu a liderança do cds para se safar melhor à pressão das autoridades na sequência do caso Bes/abate de sobreiros no Ribatejo e da corrupção partidária ao cds - onde até os mortos faziam avultados donativos... Tudo, curiosamente, coincidente no tempo com a decisão do abate dos sobreiros no Ribatejo no governo Durão Barroso.
Mas o ponto desta reflexão consiste em saber se Sócrates, mesmo sabendo-se da dispensabilidade de realização do referendo (visto que nenhuma questão de fundo está em jogo na relação Portugal-Europa) - avança ou não com ele em Portugal, dado estar "prisioneiro" dessa promessa eleitoral.
Ante isto, leninisticamente - perguntamos: Que fazer? Em nossa opinião, cremos que Socas avançará para a sua realização, mesmo sabendo do seu carácter acessório, mas como a questão se politizou é natural que a promessa eleitoral seja cumprida. Por outro lado, Sócrates é, e gosta de ser completamente imprevisível, porque também isso é governar.
E já que falamos em promessas eleitorais, também não me admiraria que Socas - até ao final da legislatura - conseguisse meter a economia a crescer mais do que está, captasse investimento estrangeiro de qualidade, dinamizasse planos integrados de emprego potenciados com políticas activas nessa área e, desse modo, conseguisse cumprir esta outra promessa eleitoral: criar 150.000 postos de trabalho.
Seria interessante, nesta linha, que Socas fizesse duas coisas: a realização do referendo e a criação de de 150 mil postos de trabalho. Teimoso e determinado como é..., não me admiraria que conseguisse atingir tal desiderato.
Seria bom para Portugal e uma desgraça para a oposição, o que também revela que os intereses, ambições e projectos da oposição não remetem para o interesse nacional, mas sim para os respectivos interesses partidários.
No fundo, governar é uma arte de surpreender e uma técnica de realizar.