Um editorial a reter. Belmiro de Azevedo deveria lê-lo e relê-lo ao serão
Foto Jú
É mais do que evidente o envolvimento de grandes interesses económicos, há quem possa ganhar muitos milhões graças à valorização dos seus investimentos, o suficiente para pagar a muitos jornalistas e engenheiros para virem a público defenderem o seu interesse. O empresário que mais pode ganhar ou perder tem mesmo um dos mais importantes jornais onde uma boa parte dos editoriais não passam da defesa mal disfarçada dos interesses do seu proprietário.
Até o principal partido da oposição parece ter uma posição flutuante dando a impressão que o seu líder apenas pretende adiar uma obra que pode favorecer eleitoralmente o partido que governa ou defende a solução em função dos ganhos de um partido empobrecido por estar na oposição.
A última proposta foi mesmo apresentada por uma associação empresarial como se este tipo de organização tivesse um estatuto idêntico ao das ONG e os seus membros não tivessem qualquer interesse no negócio.
Independentemente da decisão que venha a ser adoptada é evidente que este debate está inquinado, que muito dos que nele participam defendem os seus próprios interesses, que só residualmente estão interessados no país. É um sinal preocupante pois estando muitos milhões de euros em causa o país deixou de ser capaz de tomar uma decisão, as instituições democraticamente eleitas passaram a ser observadoras de um processo cuja solução vai tardar e que não merecerá qualquer consenso e muito menos a confiança dos cidadãos.
Só na aparência o debate é um sintoma de vitalidade democrática, se assim fosse essa vitalidade manifestar-se-ia igualmente em outros temas que envolvem menos dinheiro ou que são muito mais importantes para o desenvolvimento do país".
Obs: É sem dúvida mais uma eficiente radiografia do estado da arte em matéria de construção do aeroporto internacional de Lisboa. Mas pelo desenvolvimento lógico da argumentação aduzida neste Editorial pergunto-me por que razão, já que é para aí que o seu desfecho converge, o Jumento não fechou a análise com a consideração duma eventual encomenda de estudo à UE, já que o debate nacional está inquinado (como bem defendeu), para não dizer podre neste nosso reininho da Dinamarca do canto da Europa.
Certamente que não vamos pedir ajuda à América do Tio G.W.Bush nem à China, ou será que...
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