terça-feira

A Ota do nosso descontentamento

Ota: «Governo não recuou», diz Sócrates
2007/06/11 22:07
Mas mostra ser «responsável» ao esgotar todas as opções
O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu que o Governo não recuou em relação à localização do novo aeroporto na Ota, mas mostrou ser «responsável» ao esgotar todas as opções e procurando uma solução sem «tanta contestação» técnica.
Após ser conhecido o estudo da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) que indica Alcochete como a melhor localização para o novo aeroporto de Lisboa, José Sócrates considera que a decisão de estudar esta opção é uma «atitude responsável».
Em declarações aos jornalistas o primeiro-ministro defendeu que o executivo «parte para este estudo de espírito aberto. Não fazemos estudos a fingir ou só para aceitarmos os que satisfaçam as posições anteriores, pois isso não seria sério».
Todavia, José Sócrates voltou a assegurar que a hipótese de manter o aeroporto da Portela em funcionamento está fora de questão. Já que o estudo da CIP, diz, conclui que se trata de uma solução que «não tem viabilidade».
Apesar da nova posição do executivo, Sócrates deixou um recado ao líder do PSD, Marques Mendes e congratulou-se com o facto do documento da CIP pôr de lado a hipótese do Poceirão.
«A leviandade com que, às vezes, se fazem sugestões para a localização de aeroportos, deveria servir para as pessoas serem mais responsáveis», sustentou.
Perante a pausa de seis meses anunciada pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, José Sócrates lembrou a necessidade de ser tomada uma decisão urgentemente.
Obs: Socas fez bem em mandar parar o "carro de combate" e perceber quem lá ía dentro. Revela flexibilidade, só é pena que não o tenha feiro antes da apresentação desse estudo da CIP e das sugestões repetidas de Belém. MMendes também não tem motivos para sorrir, pois sempre que foi visto em campo aberto era para apoiar - ainda que veladamente - uma qualquer opção desde que contra a Ota.
Assim, acharia Mendes, desgastaria mais rapidamente Socas e rasgaria caminho para S. Bento. Com efeito, o manómetro da decisão política voltou à estaca zero e isso pode suscitar - a prazo - um futuro entendimento relativamente a Alcochete - que não foi nem uma opção desejada por Mendes nem esperada por Socas - mas acabará, por certo, por interessar a Portugal como a opção mais racional em termos de projecto, segurança e de investimento com racionalidade económica necessário ao desenvolvimento de Portugal.
Se assim for nem eu já me importo de ir apanhar o avião a Alcochete e aproveitar e almoçar uma sardinhada - não no avião - mas num daqueles restaurantes típicos capazes de fazer inveja aos congéneres da Ota. Depois mando a conta para Mário Lino, um grande apreciador do deserto da margem Sul onde está incluído, presumo, Alcochete..