O CLARO de José Mateus partilha uma dúvida: quem é a Helena roseta?
Uma opinião alternativa por Amok:
...pois, por acaso(?) não vejo Helena Roseta dessa forma, pese embora as grande diferenças de cor partidária, sempre a achei uma pessoa honesta e, por isso mesmo, entendi a sua saída do PSD. Assim como também entendo a ilusão da passagem para o PS e o consequente relativo afastamento da cena política...por acaso não é, para todos nós, um desencanto esta nossa classe política em geral?Algumas pessoas precisam intervir mais activamente na mudança da sociedade e, por mais que isso nos custe, essa mudança dificilmente se fará à revelia dos partidos, logo...a ilusão de os integrar, mas depois é o descalabro...a quantos de nós não sucedeu já o mesmo? Não vejo Helena Roseta como um qualquer Portas que aparece e desaparece de acordo com as conveniências que a sua sede de poder lhe dita; não vejo Helena Roseta como uma pessoa sedenta de poder e já vi Helena Roseta em acção - colaborei, com ela (muito levemente), na campanha do primeiro referendo pela IVG - e confirmei as suas motivações. Eu diria, antes, que é uma pessoa de ideais...ainda!, mais que de causas...
PS:
Agradeço à Amok ter expendido a sua opinião que valoriza o que foi dito por mim e pelo blog CLARO de José Mateus, apesar deste não ter explicitado o seu ponto. Confesso que tentei encontrar razões para rever algum posicionamento, não encontrei (mas substitui a palavra "menstruação" por ciclotimia). Assim fica mais soft, embora aquela palavra seja mais adequada na medida em que sempre que Helena Roseta irrompe na caixa negra parece querer bater em tudo e em todos, a sua indisposição é permanente, não há pachorra para a aturar, confesso. E não encontrando essas razões, e nunca tendo trabalhado com ela, mantenho a posição de princípio: Roseta serve-se dos partidos, ainda que animada (ou mascarada) por ideais e/ou causas; chantagia os actores políticos em ordem a tomar uma decisão conforme os seus interesses, timings e planos; tem uma visão demasiado eco-centrada da sociedade, por isso com ela à frente da Capital o eco-fundamentalismo poderia impedir um certo conceito de desenvolvimento sustentável que ela não defende. Mas Roseta também não é uma pessoa qualquer, tem background académico, político e técnico, tudo qualidades que fariam dela uma eficiente vereadora dos espaços verdes, por exemplo. Agora, governar uma cidade? Mais a mais uma cidade-capital na era global... Acho pesado para ela, e daqui não decorre o facto de Roseta ser mulher, de todo. Apenas a circunstância de uma cidade como Lisboa comportar efeitos tanto criativos como destrutivos em contexto de globalização competitiva. I.é, por um lado, Lisboa permite a concentração de pessoas, bens, serviços e oportunidades; mas, por outro, fragmenta e enfraquece a coerência de vida dos seus munícipes, dos seus espaços e das suas tradições. A par das potencialidades geradas existem sempre os perigosos efeitos da marginalização, e nesta falta de visão integrada que não vejo a srª deputada do PS/PsD ou PsD/Ps a ter um visão de conjunto para a cidade. Além de que, e esta não é uma razão de somenos, a srª Helena Roseta não mobiliza os sectores mais dinâmicos da sociedade, com ela estarão meia dúzia de "gatos pingados" - animados pelos mesmos ideais, causas e outras utopias que, sendo necessárias à estruturação do pensamento, não são, de todo, suficientes para ter um plano integrado para meter a autarquia nos eixos em dois anos. Também desconheço se outro o conseguirá.. Mas já veria com melhores olhos a srª Helena como vereadora de João Soares, por exemplo.. E se ela quer dar o exemplo contrariando a desertificação da baixa (que ela diz defender, assim como os coitadinhos dos comerciantes), ela poderá fazê-lo at once... Pode começar por ir residir para a rua do Ouro e ir todos os dias à Brasileira tomar um cafézinho.. Assim, fala com os comerciantes locais, gera simpatias e conquista capital de apoio eleitoral, distribui alguma propaganda, e, no final, ainda deixa a módica quantia de 1 euro no café onde fez a despesa. Já é um "sério" contributo ao desenvolvimento da cidade..
Embora aquilo que mais aprecio nela é a sua capacidade para o drama, deveria ir para o teatro. Já repararam como a senhora dramatiza... Até quando dá um sorriso.PS1: Depois o facto de a Amok ter estabelecido um grau de comparabilidade, ainda que de sinal contrário, entre Helena Roseta e PPortas é, de per si, um péssimo indicador. Vejamos: PPortas é um arrivista da política, já militou no PSD - depois emigrou para o cds; já foi erocéptico, eurocalmo e agora é euroentusiasta, tem uma agenda própria e um timing que também é só dele. É presunçoso e petulante, por vezes soberbo e idiota na forma como fala dos outros, além de enfermar de um baixo esprit gregário, o que faz dele um petit egocêntrico. Sem dificuldade encontraria, por efeito de similute e de simetria comportamental, características equivalentes naquela que ora se desvinculou do PS e aspira a governar a Capital. Com muitas causas e mais sonhos e outros tantos ideais, os dela, claro está!!!
PS2: Não creio haver necessidade a um novo post, dado que a temática não passa dum efeito de continuidade que se esclarece com uma simples adenda. É o caso. Depois alguns amigos, amigas e leitores do Macro solicitaram a substituição dum conceito por outro, o que concordei, pois se no primeiro caso HR está sempre maldisposta (o que indicia parecer estar sempre com o ciclo), noutro revela alguns momentos de exuberância seguidos de apagamento súbito (imagine-se o que seria esta senhora à frente da Capital)?! Tudo depende se o partido lhe dá um doce ou lhe tira o tapete, se a felicita pela lei do aborto ou se não apoia a senhora a candidata à autarquia de Lx, daí a ciclotimia que deve ser lida assim, de forma dinâmica e não de forma estática e com consultas paralisantes ao diccionário, fazendo-me lembrar a performance do Woody Allen.. Creio que com esta adenda a coisa ficará mais composta, na certeza de que o Macro já fez mais pela "causa" de Roseta - mesmo discordando do seu posicionamento pessoal e político, do que duas ou três idas à Sic em que a senhora revela sempre aquele seu estilo ora do ciclo ora ciclotímico... Consoante ela veja que o partido a reconhece e promove ou a rejeita e despromove. Sendo que aqui o calculismo é recíproco, i.é, dela em relação ao partido, e do partido relativamente a ela. Aqui haverá pouco lugar para causas, sonhos, ideais e utopias. Tudo conceitos que também povoam os diccionários. É a vida.
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