quinta-feira

Imagine-se Monica Lewinsky na autarquia de Lisboa a fazer política

Há imagens terríveis, basta revê-las para se perceber que dalí só poderia sair uma gravidez perigosa ou uma ejaculação precoce na política. Felizmente, em Portugal não somos tão puritanos quanto a sociedade norte-americana. Uns metem uma peruca loura, evocando Catherine Deneuve, e vão para o Parque Eduardo VII comprar o Crime do Padre Amaro do Eça às 2 da madrugada, ninguém lhes leva a mal. Mas o búzilis da questão que aqui pretendo frizar é outro, bem outro: imagine-se que Mónica Lewinsky era uma alta dignitária da autarquia de Lisboa, e se colocava a questão política que hoje se coloca: as eleições são só para o executivo camarário ou deveriam ser estendidas também à Assembleia Municipal?
Por isso, quando hoje se ouvem certas formiguinhas autárquicas, bem instaladas nos aparelhos municipais a arrotar postas de pescada e pugnando para que essas eleições intercalares sejam apenas válidas para o Executivo, podendo dizer o seu completo oposto se estivessem na oposição, lembro-me sempre da relação da Mónica com o desgraçada do Bill, que também poderia ter tido melhor gosto. Isto só prova que a vida política nacional está repleta de opiniões meretrizes e de meretrizes que se fartam de dar opiniões, algumas das quais, por serem tão ridículas e achincalhadoras da democracia portuguesa, mais valia estarem caladas. Mesmo tratando-se dumas eleições intercalares.
Qual seria a opinião da Mónica sobre o assunto? Creio que esta é uma questão candente que hoje afecta a República Portuguesa.