domingo

Gosto desta imagem do prof. Carmona Rodrigues. É uma imagem que não mente

Carmona é hoje um homem ferido, mas amanhã poderá rir-se de muita gentinha que o parasitou. Como ele não precisa da política para pagar as contas da casa, não tenho dúvidas de que Carmona ainda vai dar cartas - nem que seja para provar três coisas: que sobrevive ao padrinho n.º 1 (SLopes); que sobrevive ao padrinho n.º 2 (MMendes); e que cilindará aquele bandinho de vereadores da treta que, em rigor, são uns "homens do vazio", chefinhos do nada, agentes-macacos das secções de votos que manipulam a vontade das pessoas ao nível de bairro. Muitas dessas pessoas nem ler sabem... E as que sabem são atrasadas.
O facto de achar que o prof. Carmona não é um animal político (political zoon)não significa que não ache que seja um homem sério, impoluto e dedicado à causa pública, apesar de ter jogado o jogo da mala preta ao longo destes últimos dois anos. Um jogo perigoso, imposto pelo efeito de metástase de António Preto (coberto por MMendes) - que o obrigou a meter dezenas, centenas de cunhas de gente técnica, cultural e intelectualmente desqualificada, diminuindo, por essa via, a qualidade dos recursos humanos do pessoal político ao serviço da autarquia.
Desde logo, pelos vereadores com que se rodeou - e que lhe foram "fazendo a cama" docemente. Carmona é hoje um homem ferido, pois percebeu a gentinha que o rodeava e que à mínima lhe tirou o tapete para obedecer a MMendes. Mas também é óbvio que Carmona não tinha condições políticas para governar a cidade: inúmeros casos de alegada corrupção, fragmentação da coligação com Zézinha a vetar as cunhas que MMendes pedia que Carmona metesse nas empresas municipais, turbulência na oposição, grave situação financeira.. Um calderão de ingovernabilidade que há muito deveria ter sido resolvido.
Além da ausência de um projecto para a cidade - que nunca se percebeu para onde caminhava, com excepção de algumas inaugurações à pressa de que o túnel do Marquês foi exemplo. Em todo o caso, Carmona foi uma pessoa dedicada, se cometeu erros não o fez pensando em si ou nos proventos pessoais que daí poderiam resultar.
Estou convencido de que o prof. Carmona, que não precisa da política para nada, não é como antonho Preto que não passa dum medíocre advogado, é um homem de boa fé que merece uma 2ª oportunidade. Aliás, aquele seu olhar - que raramente mente - traduz um homem com um bom coração e gentil, mas que foi rodeado de ienas que o foram lentamente mordendo, despedaçando...
Eu, no caso de Carmona, tentaria reconstruir a personalidade política e voltaria a concorrer a Lisboa, mas desta feita como um verdadeiro independente. Só não sei apoiado por quem...