domingo

Crise ca câmara de Lisboa. Continua o folhetim neste miserável impasse jurídico-político

Crise na Câmara de Lisboa
Governo consulta especialistas em autarquias
Secretário de Estado da Administração Local reunido com juristas
Isabel Oliveira
Seis vereadores do PSD já renunciaram, mas Fontão de Carvalho, ex-vice-presidente que se encontra suspenso, ainda não tomou posição. João Carlos Santos
Eduardo Cabrita esteve reunido esta tarde com juristas especializados na área das autarquias.
Mantém-se o impasse na Câmara Municipal de Lisboa (CML): depois de Carmona Rodrigues ter anunciado, ao princípio da noite de ontem, que não renunciava ao mandato de presidente, passando o ónus da queda do executivo municipal para os vereadores do PSD, seis deles – Marina Ferreira, Sérgio Lipari Pinto, José Amaral Lopes, António Prôa, Rodrigo Saraiva e Paulo Moreira – já mostraram que estão em sintonia com o líder do partido, Marques Mendes, tendo apresentado a renúncia aos cargos.
Numa declaração à imprensa, Marina Ferreira frisou que o presidente da autarquia lhes comunicara que não pretende formar uma nova equipa recorrendo a suplentes: “o sr. presidente diz que não vai a jogo com segundas e terceiras equipas”, referiu a propósito. Curiosamente, desconhece-se ainda a decisão de três personagens-chave deste folhetim: Gabriela Seara e Fontão de Carvalho.
A primeira, titular do pelouro do Urbanismo que suspendeu o mandato quando foi constituída arguida no âmbito do processo Bragaparques, ainda não fez qualquer declaração sobre um possível regresso à CML, já que, em teoria, pode interromper a suspensão a qualquer momento. Fontão de Carvalho, por seu turno, afirmou que não será ele a fazer cair a câmara, apostado em manter o «suspense».
Entretanto, Pedro Feist, independente eleito nas listas do PSD, abriu o jogo. Ao final da tarde, anunciou que se mantém em funções na Câmara de Lisboa enquanto a sua "presença for sentida como necessária".
"Conservar-me-ei em funções enquanto a minha presença for sentida como necessária, não abandonando tarefas e acções em curso, numa postura de acompanhamento dos diversos serviços, que continuam a responder às expectativas diárias dos lisboetas", lê-se num comunicado do gabinete do vereador.
Pedro Feist alega que se vai manter fiel aos seus princípios além de manifestar "inteira lealdade a quem o convidou para o desafio, Carmona Rodrigues," ao lado de quem se manterá numa atitude "responsável e facilitadora da melhor solução para Lisboa e para os seus munícipes".
Pedro Feist marcou presença na manifestação de apoio e solidariedade ao presidente da Câmara de Lisboa, promovida hoje à tarde por funcionários da autarquia no edifício municipal do Campo Grande. (...)
Obs: Por vezes ainda penso que os actuais responsáveis por esta vergonha política, com nítido prejuízo para o desenvolvimento da cidade, pensam que é necessário ocorrer um terramoto - outro - em Lisboa para varrer o lixo político instalado e lavar novamente a cidade...