O forrobodó de Alberto João Jardim
Gato Fedorento - Alberto João Jardim
Dos 10 milhões de portugueses todos sabem quem é o Alberto João da Madeira: um misto de fazedor de estradas e túneis com um palhaço político que vai animando as hostes e governando a ilha há trinta e tal anos, num pérfido exemplo anti-democrático, já que a democracia é, por natura, alternância, rotatividade e não aquele sedentarismo hegemónico manifestado por Alberto que tem sabido gerir os dinheiros que vão do "Contnente" para empregar os amigos, os afilhados, proteger os empresários da côr (que ganham as empreitadas), punir e afastar os da oposição e assim ir governando a ilha como quem faz uma necessidade fisiológica no seu próprio quintal. Eis a concepção que Alberto tem do poder regional, uma coutada onde só ele e os amigos mais íntimos caçam.
Uma coutada para estrangeiros com elevado poder de compra, pois nem os madeirenses nem a maior parte dos portugueses do Continente têm poder de compra para veranear pela maior parte daqueles hotéis - concebidos para os reformados do Norte da Europa. Juntamente com umas estradas e uns túneis - é assim que o Al berto pensa o desenvolvimento regional da sua querida ilha: um espaço de lazer para os reformados do Norte da Europa - que por lá deixam divisas, o resto não interessa... Salvo no período eleitoral - aí em volta a endrominar o povo que cai na esparrela do Alberto, e é assim há 30 anos.
Será isto normal e legítimo? Creio que não. Depois Alberto tem uma outra característica que além de o ter feito o bobo da corte na República - tem uma outra face: o lado ofensivo, instigador da violência verbal e da agressividade que, não raro, termina no Tribunal, com aquele advogado/deputado no Parlamento a ter de o defender sistemáticamente. Razão que tem armadilhado a convivência democrática na ilha e na relação da ilha com o Continente, e isso em vez de aumentar a cooperação entre os orgãos de soberania só tem bloqueado esse caminho paralelo.
Contudo, creio que Alberto ao longo destas três décadas tem revelado algumas patologias cujas desgraças se têm abatido sobre todos nós, algumas delas algo paranóides, outra de tipo obsessivo, outras ainda de valor histriónico - visto que tudo em Al berto passa por impôr algo aos outros.
Daqui podem resultar teorias inovadoras e mudanças positivas, mas o problema é que toda a sua instabilidade e agressividade é fonte de doenças democráticas e não de virtudes a seguir na República. Ora isto prefigura, também em termos abstractos, que todos aqueles políticos que assim se comportam publicamente têm um sério problema mental, infelizmente já existem exemplos de autarcas no Continente com essa patologia obsessiva pelo poder: pessoas que revelam uma face aparentemente saudável mas, na realidade, denunciam problemas que são incompatíveis com a vida em democracia. E o Alberto tem dificuldade de conviver em democracia, ou só sabe fazê-lo desde que seja ele a ditar e a impor as regras do jogos. Sempre ele, senão não há jogo..
Para a semana haverá eleições na Madeira, e sabe-se antecipadamente qual será esse desfecho: o Alberto irá novamente sufragar-se a si próprio ante aquela turba de gente alienada que vê naquele cabo o elemento que berra mais alto contra o Continente, e que, aparentemente, melhor defende os interesses das populações, dado ser aquele que melhor usa do expediente da chantagem para conseguir os intentos que pretende atingir: sacar mais e mais dinheiro à República. O povo gosta disto, dispor dum líder duma terra pequena que é capaz de fazer vergar aquelas pessoas importantes, que mandam lá no Terreiro do Passo, em Lisboa, ex-capital do Império. Faz com as pessoas na Ilha se sintam mais importante e dignificadas, pelo menos no plano psicológico.
Toda esta sintomatologia leva-nos a concluir que Alberto, tal como o histriónico, usa e abusa da manipulação das emoções dos outros, levando-as aos extremos, revelando a sua faceta de demagogo e de populista mais próximo das ditaduras moles do que dos regimes de democracia pluralista - que há trinta anos temos sabido tolerar. A isso se soma a incapacidade em corformar-se às normas sociais e às leis, às falsidades que engendra sobre pessoas e processos, à sua crónica mania da perseguição (ora pela maçonaria, ora pelo gato fedorento, ora por algum cantoneiro duma câmara socialista). Se juntarmos todos estes sintomas à sua impulsividade crónica, irritabilidade e agressividade, desprezo pelos outros (análoga à que Paulo Portas tem fomentado no seu partido nestes dois últimos anos) - temos o quadro global desta personalidade que há 30 anos governa a ilha da Madeira.
Pergunto-me se outro agente político, gozando de iguais condições sociais, financeiras e políticas não faria melhor ainda? Creio que sim. A sua irresponsabilidade, racionalização da chantagem, que remonta ao tempo de Cavaco (daí o sr. "Silva" e de Ferreira leita na negociação daqueles orçamentos complexos, em que o guloso do Alberto queria sempre mais e mais...), desprezo e negligência pela observância dos processos político-administrativos faz de Alberto um cacique perigoso para a República - pelo mau exemplo que dá aos outros autarcas.
A imagem que fica é a seguinte: se o Alberto consegue - governar por via da chantagem política - os outros autarcas menos escrupulosos também poderão vir a conseguir, basta que usem do mesmo tipo de chantagem política de Alberto João e façam eleições antecipadas. Se souberem antecipadamente que os resultados eleitorais são positivos, convoque-se eleições ao estilo albertino; de contrário, deixe-se andar o barco e aguarde-se pelo melhor momento eleitoral para dar o golpe do baú político-eleitoral. Eis o legado eleitoraleiro de Alberto às gerações vindouras. Um exemplo lamentável...
Numa palavra, Alberto Jardim mais não tm feito ao longo destes 30 anos senão fazer teatro, daí o seu histrionismo - Alberto precisa desse palco para sobreviver e levar a água ao seu moinho. O povo como nele se habituou a ver o Pai não arrisca em querer mudar, pois tem medo de empobrecer ao perder essa capital de chantagem que Alberto ainda hoje, bem ou mal, oferece aos madeirenses que vêm nele um deus. Um deus a que batem palmas, e por vezes não se sabe bem a quê... Se à forma como dança, como fala, como salta, como perdigota, como gesticula, como ameaça, enfim, como exerce o seu poder-zinho pseudo-democrático na sua república das bananas. Enfim, mais um caso psico-clínico na República de difícil resolução. Chamem o Freud, porque isto já lá não vai só com Sócrates...
Alberto também é ou foi professor convidado da UnI... [link] Portugal, de facto, é uma aldeia...
- Prgunto-me se não viu por lá MMendes e Socas em 1996...
<< Home